Teóricos da Bola

MaisFutebol, 30.05.06

Quanto aos assobios e aplausos, Ricardo começou por destacar o «fantástico» apoio que tem sentido em Évora antes de dizer que «Deus também não agradou a toda a gente e sabemos que fez o melhor por todos nós». «Espero que não fiquem desiludidos connosco, somos todos seres-humanos. O nosso trabalho é mais exposto do que o de um mecânico, por exemplo», acrescentou.

O guarda-redes comentou ainda os difíceis trajectos que a bola do Mundial, a Teamgeist, tem evidenciado nos treinos. «Há uns tempos falei da bola e deturparam tudo o que disse. A bola é minha amiga, porque se não for entra mais vezes. Dada a minha experiência é cada vez mais difícil prever a trajectória das bolas, porque são mais leves. Muitas vezes parece uma bola menos difícil e elas complicam-se num curto espaço de tempo porque trazem trajectórias que não são previsíveis. Temos de fazer o nosso melhor...», referiu.

Aproxima-se mais um mundial, momento unico na vida de qualquer doente da bola, um mes inteiro de fartar vilanagem do couro redondo, 30 dias onde namoradas, periquitos e demais que nao ligam a bola sao supinamente ignorados por nos, sabios da redondinha via TV. O unico problema deste mundial teutonico é, apesar de tudo, a presenca portuguesa. Passo a explicar. Luiz Felipe Scolari ("Felipao" para os amigos) teve a extrema bondade de conseguir com que nao tenha a minima vontade de apoiar a equipa das quinas(uma forca de expressao, ja que o coracao ganha sempre a cabeca). O Gaucho de olho azul teima em fazer da nossa seleccao uma grande familia, onde so cabem aqueles que Felipao decide, por criterios as 3 tabelas, poderem integrar o grupo com total lealdade e dedicacao a causa. Tal como na seleccao do Brasil, este escolhe um numero mais ou menos restrito de jogadores que formam o nucleo duro da equipa (uns 18), independentemente da forma fisica e atributos tecnicos(ate personalidade). Muitos comentadores elogiam sobremaneira este "criterio", defendendo Felipao por este ter feita da seleccao "uma verdadeira familia". Figo afirma que ha muito nao se sentia tao bem na equipa, em suma, anda tudo feliz. Ora, e passe o exagero, o senhor Scolari nao passa de um cobardolas. Para alem de ter posto Portugal a jogar um dos "futebois" mais feios de que ha memoria(mesmos os jogos do euro 2004 foram bastante sofriveis), abdica ainda de convocar jogadores como Ricardo Quaresma, convocando abebias do quilate de Ricardo Costa, entregando a baliza a um analfabeto funcional da esteira de Ricardo ou oferecendo a lateral esquerda ao tractor Nuno Valente. Scolari abdica de qualquer outro criterio que nao seja o da lealdade e de pertenca a familia. Coragem é saber e poder escolher entre muitos e ter o respeito de todos aqueles que nao vao e nao jogam, nao apenas a "familia" que criou desde 2003. É saber admitir o erro, meter sangue novo, dar espectaculo, divertir, nao apenas o tentar ganhar tudo com base num futebol pobre de ideias, qual kick-and-rush lusitano.
Vou apoiar Portugal, mas apenas por defeito de origem. Ha dias em que me apetecia ter passaporte togoles.

"For me, the finest film at Cannes was also about man in the modern workplace. Zinedine Zidane: A 21st Century Portrait was sublime, the only film to lift me out of my seat and inject that buzz of discovery for which Cannes is usually so cherished. It's the greatest film about football ever made (I admit the competition in that field is not strong) and one of the great films about sport. Directed by Turner-prize winner Douglas Gordon and French artist Philippe Parrono, it simply follows the French captain for 90 minutes during a match for Real Madrid against Villareal, though 17 cameras are trained on him under the cinematographic direction of Darius Khondji.

It's a classic portrait of a working man, and the viewer can foist multiple readings on its filmic canvas. As Zidane sets about his job, drowning in noise, concentration and sweat, I thought of the Sisyphean task of the footballer, the loneliness of the athlete, the musculature and poise of the human body and the power and fragility of the mind. There was no more soulful an examination of the human condition to be found at Cannes than in watching Zidane at work." - The Observer, 28/05/06

12 anos depois cumpre-se a promessa que ele fez de voltar e o sonho de muitos benfiquistas em vê-lo regressar. Rui Costa volta esta noite a vestir a camisola do Benfica, trazendo uma fé, certamente igual à que foi vivida aquando da conquista do campeonato há 2 épocas. Pode parecer estranho mas seguramente que a sensação de muitos benfiquistas será essa. Estará ainda em condições para realizar uma ou duas boas épocas de bom nível? Creio que uma sim, duas já não. Mesmo que não o consiga, acho que deveria ser assim: o bom filho a casa torna. Rui Costa cumpre assim o prometido, os benfiquistas festejam o “seu” campeonato deste final de época. Servirá para chamar publico aos estádios, aumentar as vendas. Enfim, é um negócio lucrativo para todos.
Futebolisticamente, não era o jogador que o Benfica necessitava mais. Não marca golos, não é um lutador que corre atrás da bola. É um nº10 à antiga que poderá dar qualidade de passe, velocidade de jogo e criatividade à equipa. Zahovic, Nuno Assis e Karagounis nunca conseguiram preencher totalmente esse vazio. Será que Rui Costa o vai conseguir?

Este Mundial tem muitos pontos de interesse. Individualmente, muitos são aqueles que procuram uma forma de se destacar, independentemente da razão. Aqui ficam alguns desses casos:

Ultima chance - Zidane e Figo são, porventura, aqueles que parecem ter mais motivação enquanto última hipótese para preencherem a sua carreira de selecções. Se o primeiro tem um país inteiro a crêr que ele irá, novamente, trazer o título para França, já Figo tem um pouco menos de responsabilidades mas, mesmo assim, decerto que quererá atingir um patamar nunca antes alcançado pela selecção lusa.Para Nedved, Larsson, Ayala, Cafu, Roberto Carlos, Del Piero, Cannavaro, Thuram, Makelele, Cocu, Kahn é também a última chance de fazer boa figura com as cores da selecção e, quem sabe, ganhar um troféu.

Confirmação/Revelação - É tempo de Cristiano Ronaldo receber o testemunho de Figo e provar que merece esse estatuto. Apesar de haver Deco (recebeu e bem o estatuto de Rui Costa), falta uma referência mais ofensiva e é a vez de Ronaldo. Será que suportará tal desafio ou será ainda Figo a figura de proa?Landon Donovan tem também a responsabilidade de provar o porquê de ter sido a melhor revelação do Mundial'2002.Robben será capaz de servir van Nistelrooy e, ao mesmo tempo, carregar a Holanda para chegar longe no Mundial, ainda para mais quando estão no grupo da morte?Estará Messi em condições físicas para se revelar como a maior promessa do futebol actual? Será ele o novo Maradona?

Dissipar dúvidas - Raúl fez uma péssima época. No meio de tantos avançados seleccionáveis, Aragonés não dispensou o capitão madridista. Estará ele à altura do desafio de levar, finalmente, a Espanha a uma final mundial?Ballack tem o peso da camisola da casa e vai enfrentar para o ano quando chegar ao Chelsea o maior desafio da sua carreira. terá condições para levar os visitados rumo ao título?Poderá Drogba aproveitar o Mundial para relançar o debate sobre qual é o melhor jogador africano actual: Ele ou Eto'o?

Heróis - Shevchenko, Totti e Rooney são aqueles que mais responsabilidade acarretam, ainda para mais porque estão lesionados (ou vêm de lesões prolongadas) e não se sabe se recuperarão totalmente antes do Mundial começar. Claro que temos ainda os heróis nacionais das selecções de menor dimensão: Akwá, Yorke, Wanchope e Ali Daei serão, pela última vez, heróis de Mundial. Já Frei, Adebayor, Drogba e Santa Cruz estão "obrigados" a pegar no seu país às costas e levá-lo a uma participação positiva.

Fernando Santos foi o escolhido. Se foi primeira escolha ou não, dificilmente se saberá. É certo que nomes de Camacho, Eriksson ou Carlos Queiróz possam ter sido sondados, mas numa visão realista e prática, Fernando Santos era a única opção. E isto porquê?
Porque se o objectivo era contratar um treinador antes de contratar jogadores, não se podia esperar o final do Mundial (Eriksson e Scolari out), Queiróz tinha contrato, Camacho tem compromissos para as eleições, por isso não adianta pensar em outras soluções. Concentremo-nos nesta:
Fernando Santos conhece o campeonato português, conhece 80 a 90% do plantel benfiquista, conhece por dentro os seus rivais directos. Terá (como teve Camacho, Trappatoni e Koeman) o apoio inequívoco da direcção. Resta saber se a massa associativa mais desconfiada (normalmente, os benfiquistas desconfiam sempre de treinadores portugueses) vá tolerar os primeiros desaires.
Como habitualmente, o acesso à Liga dos Campeões é fundamental. Se a Trappatoni concederam um desconto, a Fernando Santos não será tão fácil obter essa mesma "benesse".
O Benfica precisa de reforçar 2 ou 3 posições mais carentes (médio centro, ala e talvez ponta-de-lança), resta saber como irá gerir Fernando Santos o orçamento que lhe derem...e a entrada de Rui Costa (a confirmar-se) alterará o quadro geral das coisas...

Apesar de terem estado em segundo toda época, de terem passado vários meses sem receber e do seu principal rival ter um orçamento muito superior, com jogadores do calibre de Anelka, Alex e Appiah, o Galatasaray conseguiu na última jornada sagrar-se campeão turco. Assim vale a pena.

Algumas conclusões da viagem do Benfica a Moçambique:
- Chalana ganhou em dois dias tantos troféus como treinador principal quanto Koeman numa época
- Em Moçambique Marcel consegue marcar golos
- O Costa do Sol não é um clube de Cascais
- O Benfica é o campeão dos PALOP (se o Porto depois de vencer o Once Caldas era o Campeão do Mundo...)

Fabio "the Fabulous" Rochemback

(site MaisFutebol)

O V. Setúbal quer fazer da final da Taça de Portugal, frente ao F.C. Porto, uma verdadeira festa e, como tal, colocou à venda dois «packs», denominados Emoção e Paixão que, entre outros acessórios, estão apretechados com preservativos e vinho de mesa.


(...)Para os adeptos mais atrevidos, daqueles que gostam de assentar arraias bem cedo na zona do recinto, surge o «pack» Paixão, regado com 3 litros de vinho de mesa e o preservativo Bonfim, para passar as horas que antecedem o pontapé de saída. Eis os utensílios que pode adquirir neste curioso «pack»: «vinho de mesa (3 litros), 2 copos verdes, manta de piquenique, preservativo Bonfim, tshirt do Jamor e transporte para o estádio.»

(Quem ´e que nao se lembra do sufoco de ter de estudar para exames durante um Mundial ou Europeu? Ou o porque das minhas notas invariavelmente terem baixado em 1992, 1994,1996...)

(do Publico)
A vinte e cinco quilómetros de Frankfurt, uma pequena cidade de 16 mil habitantes está voltada do avesso. Königstein, onde residem diversos presidentes dos bancos alemães, será o quartel-general da selecção brasileira, entre 5 e 16 de Junho. A equipa de Carlos Alberto Parreira ficará instalada no hotel de Luxo Kempinski.
Para os alunos do liceu Taunusschule, a notícia não podia ter sido melhor. Parte das salas de aula e varandas do edifício têm o privilégio de ter vista directa para o campo de treinos da selecção "canarinha". Equipas de televisão de todo o mundo têm "assediado" o director do liceu na tentativa de alugarem uma varanda. A perturbação é de tal forma que os exames orais de Abitur (o equivalente em Portugal ao 12.º ano de escolaridade) serão mesmo atrasados de forma a não coincidir com a presença em Königstein de Ronaldinho e companhia.

" ex-craque holandês está a dar uma inacraditável imagem de inexperiência como treinador, acumulando erros atrás de erros, chegando ao ponto de já ter esgotado na totalidade o seu 'estado de graça'".

(do MaisFutebol)

George W. Bush, presidente dos Estados Unidos da América, revelou em entrevista ao jornal alemão «Bild am Sonntag» que os seus conhecimentos sobre futebol são limitados, sobretudo por «nunca ter visto uma bola em miúdo». Ainda assim, o líder norte-americano explicou que está a tentar aprender mais sobre o desporto.

«Claro que torço pelos Estados Unidos no Mundial. Disseram-me que têm boa equipa. Mas quem sabe se tem qualidade suficiente para vencer?», interroga-se Bush, recordando a sua infância, em que não houve vestígios de bolas de futebol: «Quando era miúdo, nunca vi uma bola de futebol. O desporto não existia na minha região. Assim, há uma geração de norte-americanos que não é adepta do futebol».

Com a selecção dos Estados Unidos a ganhar projecção, marcando de novo presença no Campeonato do Mundo, Bush garante que os norte-americanos estão mais atentos ao desporto: «Muitos de nós crescemos sem ligação ao futebol. Eu, por exemplo. Mas há uma nova geração que está a crescer com o futebol. Eles têm, obviamente, um grande interesse pelo Mundial. E alguns de nós, mais velhos, estamos a começar a perceber como é importante o Mundial para todo o Mundo».

Da BBC:

Cup fan's £1m 'trauma' insurance

A football fan will get damages of £1m if England are knocked out of the World Cup early and he suffers trauma.

Paul Hucker, from Ipswich, Suffolk, has taken out insurance through a broker based in Braintree, Essex, and it has cost him £100 plus £5 tax.

Managing director of British Insurance, Simon Burgess said: "We're trying to take some of the negativity out of Wayne Rooney and his metatarsal injury.

"This one-off accommodation takes a realistic view of England's chances."

Mr Hucker, 34, said he had taken out the policy following years of disappointment when England failed to progress to the final stages of a competition, and the agony of watching them lose through penalty shoot outs.


"The pressure of this World Cup is not just on the players and the managers. I think a lot of supporters are under a lot of pressure and suffer because of England's performance," he said.

"I find when it goes to penalty shoot-outs it gets very difficult and I wanted to insure myself against psychological trauma."

If England are knocked out in the first round of the competition the insurer will turn to five sports commentators to judge if their exit is premature.

Mr Hucker will then have to provide medical evidence showing he has suffered severe mental trauma as a result to get his seven-figure payout.

"I feel very patriotic and very optimistic," he said. "To have psychological trauma and depression is something I don't want."

The only thing the policy does not cover is England failing to progress through the tournament as a direct result of players being out due to metatarsal injuries, following news striker Wayne Rooney may not be fit for the event after breaking a metatarsal in his foot.

Começou com 17 anos no Cannes, numa altura em que este era um clube conhecido por lançar jovens talentos para a ribalta. Permaneceu aí 4 épocas, aumentando aos poucos a sua importância na equipa. Por ele se interessou o Bordéus que adquiriu o seu passe na época 92/93. Uma época e meia depois a estreia pela selecção francesa com 2 golos, saltando do banco num encontro frente à Rep. Checa. Previa-se um caminho de sucesso...Toni, treinador do Bordéus na época 94/95, revelava o encanto que era vê-lo jogar tendo, inclusivamente, recomendado o atleta ao Benfica (segundo rezam algumas crónicas). No ano seguinte, uma brilhante temporada na taça UEFA onde apenas perdeu na final frente ao Bayern, depois de eliminar o poderoso Milan recuperando de uma desvantagem de 2 golos, assumiu-se como um génio de qualidade técnica muito acima da média. Ao lado de jogadores como Lizarazu, Fournier ou Dugarry (o seu grande amigo), o Bordéus fez uma campanha histórica. Estava então lançado o isco da Juventus para onde foi na época seguinte, sob o comando técnico de Lippi (que ainda recentemente disse que aprendeu mais com ele do que lhe pôde ensinar). O calcio aos 25 anos, altura indicada para explodir. Venceu 2 scudettos consecutivos, foi, nas mesmas épocas, finalista da Liga dos Campeões e foi eleito o melhor estrangeiro a jogar em Itália. Ainda em 1998 venceu o campeonato do Mundo, disputado em França, marcando 2 golos frente ao Brasil na final. França caíu a seus pés e idolatrou-o! A eleição como melhor jogador do Mundo foi unânime. Depois, venceu em 2000 o campeonato da Europa e sentiu necessidade de um novo desafio. Florentino desafiou-o, a mulher, espanhola, pediu-lhe que aceitasse e Zizou tornou-se o jogador mais caro do mundo: 75 milhões de euros e a herança do nº5 de Sanchis. A pressão dos media espanhóis sufocou-o o que não lhe permitiu render muito no primeiro ano. Mesmo assim, venceram a Liga dos Campeões. Chegou ao mundial de rastos e a sua estadia junto da selecção não foi mais do que uma fonte de motivação que acabou por não resultar. A campeã do mundo em título era, pela primeira vez, eliminada na primeira fase e Zidane apenas jogou o último jogo, frente à Dinamarca. Na segunda época de "branco", aliviado um pouco pela chegada de Ronaldo, participou de forma mais decisiva e ajudou os merengues a vencerem o campeonato espanhol.Desde então a foi baixando de ritmo de jogo mas a qualidade suprema nunca desapareceu. Encantou o mundo cada vez que dominou uma bola, cada vez que bateu um livre, cada vez que dançou ao driblar uma adversário. Zidane será, para mim, a par de Ronaldinho, o nº 2 do futebol mundial (que eu conheci e acompanhei) logo atrás daquele que foi o melhor jogador da história: Maradona.Mas, a carreira de Zidane não teve só momentos maravilhosos. Temperamental, algumas foram as vezes que perdeu a cabeça e agrediu adversários, fosse por sofrer entradas violentas, fosse por simples momentos de loucura.

Momento mais alto: a eleição como melhor jogador do Mundo em 1998 depois de uma temporada fantástica depois de vencer o campeonato italiano, o campeonato do mundo e perder a final da Liga dos Campeões para o Real Madrid.
Momento mais baixo: a expulsão num jogo da Liga dos Campeões pela Juventus depois de dar uma cabeçada num jogador do Werder Bremen, ficando assim suspenso por 5 jogos.
Melhor golo: aquele remate à meia volta frente ao Bayer Leverkusen na final da Liga dos Campeões em 2001/2002 que permitiu-lhes vencer a nona taça de campeão europeu no ano de centenário merengue.