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quarta-feira, agosto 22, 2007

O fim de um ciclo 

Chegou ao fim um ciclo de 1 ano no Benfica. A tripla José Veiga-Fernando Santos-Luis Filipe Vieira deixou de existir, sendo que o presidente é o único que se mantém. Todos sabemos que o futebol é feito de ciclos: temos vários exemplos disso e, como disse o velho sábio Pimenta, no futebol o que hoje é verdade, amanhã é mentira.

Do fim desta tripla, há aspectos importantes que merecem relevo e particular atenção. O mais importante de todos prende-se com a não-explicação do fim desse trio. Não estando em causa a qualidade de cada peça individual do mesmo, a verdade é que as saídas de Veiga e Fernando Santos mereciam uma explicação.Se a primeira vez que Veiga saíu do clube, houve uma explicação clara do sucedido por parte do presidente LFV, o mesmo não se pode dizer do seu regresso (nunca se percebeu bem, a nível formal, se estava dentro ou fora da estrutura) e muito menos do seu abandono pós-venda de Simão. Claro que podemos concluír (e principalmente depois da entrevista de ontem de Fernando Santos) que o momento da saída do capitão é marcante no rosto do Benfica 2007/08, quer a nível desportivo, como organizativo. Veiga não gostou, Fernando Santos muito menos.

- Luis Filipe Vieira disse desde que chegou ao Benfica que não iria despedir treinadores durante a época pela instabilidade que isso cria num plantel. Estranho fazê-lo ao fim da primeira jornada e mais estranho ainda criticar as palavras de Nuno Gomes que parecia identificar turbulência na estrutura organizativa do Benfica.
- Estranho também que, ao mínimo sinal de contestação (por parte do capitão de equipa) à direcção, a opção seja despedir o treinador. Ou a crítica de Nuno Gomes não era para Luis Filipe Vieira?
- Luis Filipe Vieira declarou à SIC no dia do Benfica-Copenhaga (antes do jogo começar) que Fernando Santos tinha um plantel magnífico e que não se podia queixar de nada. Estranho que depois desse jogo se tenha reunido com o técnico para estudar as lacunas do plantel e mais estranho ainda que, agora que chegou Camacho, haja a possibilidade de contratar mais reforços para um plantel que, dizia, era magnífico.
- Luis Filipe Vieira não justificou as saídas de José Veiga e Fernando Santos. Torneou as questões. Não será estranho não haver um jornalista capaz de perguntar directamente ao presidente a razão para as saídas dos dois? LFV disse que não contactou Camacho antes de falar com Fernando Santos. Então despediu o treinador sem ter outro na manga? Quem é que acredita nisso? Ainda por cima tendo passado férias com ele em Ibiza?
- Luis Filipe Vieira continua a mentir. Só não vê quem não quer. Será para bem do Benfica?


Nota: Em relação à entrevista de ontem, gostaria de dizer que não acompanho habitualmente o programa "Trio de ataque". Considero que é o menos mau de todos os programas de debates televisivos sobre futebol, mas ontem percebi que aquela gente não tem nada de entrevistadores. Fernando Santos estava disponível para falar de futebol, do que é a realidade do futebol do Benfica hoje e dos seus problemas e os comentadores optaram por tentar comparar Benfica a Porto e Sporting e dizer que haviam 8 opções para pontas-de-lança no Benfica e 3 extremos esquerdos. Que pena foi não haver perguntas interessantes a colocar ao último treinador do Benfica, o clube que mais mexe com os portugueses. É apenas sinal de que, em Portugal, falamos da bola mas não falamos de futebol...

quarta-feira, agosto 15, 2007

Irremediável 

Ficou ontem claro que o relacionamento entre Benfica e Fernando Santos terá de terminar em breve. Começar a época com um coro de assobios não é normal, mesmo na Luz. Na verdade, o Benfica 2007/2008 é a fotocópia do 2006/2007: lento previsível, desinspirado colectivamente, na expectativa de uma jogada individual decidir o jogo. Ontem foi o Rui Costa, na época passada Simão e Miccolli. Uma equipa que joga assim só pode ambicionar conquistar o que o Benfica conquistou em 2007, ou seja, nada.
É claro que nem tudo é culpa do treinador, quanto mais não seja porque não é ele que joga. Contudo, Fernando Santos não consegue cumprir a parte que lhe compete. Não parece ter competência para transformar o Benfica numa equipa. Não consegue motivar os jogadores e as suas decisões em campo são muitas vezes duvidosas (Nuno Assis a titular? Adu a organizar jogo?). Isto para não falar na imagem que transmite. A sua expressão de chateado, cinzenta não ajuda, mas as suas declarações são certamente a cereja no topo do bolo. Afirmar que perder Simão seria um pesadelo, demonstrou duas coisas: desconhecimento da realidade (talvez só Fernando Santos não soubesse da promessa de Filipe Vieira a Simão); e a total falta de autoridade. Se dúvidas houvesse dessa sua falta de autoridade, o recente caso Manuel Fernandes só serviu para o confirmar. Convocar um jogador (que iria jogar a titular) para um jogo tão importante como o de ontem, para depois o jogador se recusar a ir porque tem uma proposta de outro clube, só mostra que Fernando Santos está completamente a leste do paraíso. A culminar todas estas asneiras, há a acrescentar as habituais afirmações de confiança (que normalmente exigem a sua aplicação prática) e que Fernando Santos raramente consegue cumprir. Dizer que o Benfica iria estar "muito forte" contra o Copenhaga, visto em retrospectiva, parece uma triste anedota, igual à de tantas outras ao longo da época passada.
Fernando Santos fala cada vez mais para o vazio, e a equipa de futebol vive em auto-gestão, liderada em campo por Rui Costa, mas sem treinador durante a semana. Em suma, a aventura do Engenheiro do Penta no Benfica está irremediavelmente condenada ao fracasso. Era claro que Fernando Santos já não tinha condições para começar esta época, mas começou. Até quando?

sexta-feira, agosto 03, 2007

Tempo para Adu 

Tinha 14 anos. Era a esperança de todos aqueles que gostariam de ver os EUA junto do resto do mundo no que ao futebol diz respeito. A estreia de Freddy Adu na MLS não correspondeu, obviamente, às expectativas. Não decidia jogos sozinho, as suas estatísticas não eram brilhantes. Como podia ser então uma estrela do desporto norte-americano? Quatro anos volvidos e Adu começou a ser considerado uma ex-promessa do futebol mundial (o Guardian chegou ao ponto de o incluir numa lista de jovens promessas do desporto mundial que nunca conseguiram vingar). A sua equipa ficou contente pela sua saída, pois assim ficou com margem de manobra relativamente ao tecto salarial existente na liga americana para poder contratar mais jogadores. Saiu da MLS sem honra nem glória. Para muitos o Benfica é mesmo o derradeiro teste para aquele que chegou (tal como vários milhões de outros jogadores espalhados pelo mundo) a ser comparado a Pelé. Considerar como derradeira a experiência num clube como o Benfica aos 18 anos demonstra o quão grandes eram as expectativas relativamente a Adu.
O jovem ganês pode até não chegar a vingar no Benfica. Quantos grandes jogadores (e treinadores) não falharam na Luz? Contudo, o facto de em Portugal pouco se exigir dele (2 milhões de dólares é um valor que se paga por qualquer Miguelito deste mundo) dará a Adu a possibilidade de evoluir num contexto onde ainda se compreende (minimamente) o que significa um jogador ter 18 anos. No recente Mundial de sub-20 deu indicações positivas, mostrando que caso seja autorizado a seguir uma evolução natural, pode vir a ser um jogador de grande nível internacional.
Se Adu vai ou não conseguir vingar no futebol mundial é uma incógnita que só o futuro e não o presente deve dizer.

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