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domingo, novembro 12, 2006

Descoberto o mistério do Rei Artur 

Numa das suas tiradas perfeitamente normais, disse Artur Jorge certa vez que quando via jogos pela televisão desligava o som dos comentários, preferindo ouvir música clássica na sua aparelhagem. Obviamente que a sua carreira como treinador acabou por revelar em toda a sua extensão as consequências de tal acto.
Acabo de ver a primeira parte do Arsenal-Liverpool igualmente ao som de música clássica e finalmente percebo Artur Jorge. Não percebo o que geralmente pretende dizer, nem porque diz o que diz. Mas percebo agora o desenrolar da sua carreira como treinador de futebol, tão promissora enquanto novo, ainda recordado do que era ser jogador, e no fim com pouco mais para mostrar que as conquistas dos primeiros anos. A verdade é que Artur Jorge ao ver futebol como vê perdeu a noção do que este é. O futebol, principalmente ao mais alto nível, tanto na Europa como na América Latina, não é um mero desporto. É todo um fenómeno social, que envolve jogadores treinadores, estádio e adeptos. O factor casa, por exemplo trata-se disso mesmo, da familiaridade dos intervenientes directos (jogadores e treinadores) com os intervenientes indirectos (estádio e adeptos) . Quem estivesse em Alvalade minutos antes do Sporting-Académica que ditou o afastamento de José Peseiro perceberia de imediato que o jogo não ia correr bem para os de Alvalade: as claques estavam divididas o público nervoso, a atmosfera doentia. Só com o som ligado é que se percebia o porquê da reviravolta do Benfica na Luz contra o Manchester United na época passada: a pressão do público sobre os jogadores do Man Utd, especialmente sobre Ronaldo, foi esmagadora. Para quem tivesse dúvidas, a reacção do jovem madeirense aquando da sua substituição diz tudo.
Os exemplos são mais que muitos, milhares, milhões. Para além do mais se tal não fosse verdade, o castigo geralmente imposto pela FIFA e UEFA de jogos à porta fechada não faria grande sentido. E que dizer então das equipas que têm uma melhor actuação fora que em casa? Pouco. Em primeiro lugar porque são raros os casos; em segundo porque a presença de público afecto ao adversário não é necessariamente uma condicionante negativa. Altera certamente o comportamento dos jogadores, mas essa alteração tanto pode funcionar pela negativa, como pela positiva. O que pretendo com isto dizer, é que funciona sempre. E a verdade é que o Arsenal está a ganhar 2-0 mas eu não estou a perceber muito do jogo...

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