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sábado, julho 30, 2005

O clube de Zico 




E pronto, lá nos saíu a fava no sorteio da champions. Para aqueles que afirmam que até um Wisla Cracóvia ou Steuea de Bucareste seriam mais complicados, cito apenas 2 nomes. Morgan de Sanctis, o guardião de Udine, e Vicenzo Iaquinta, avançado poderoso dos bianconeri de Friuli. Ambos são veteranos desta equipa, ambos decisivos na manobra da mesma. De Sanctis, considerado um dos melhores guarda redes italianos, saíu da Juventus do então Angelo Peruzzi em finais dos anos 90. Iaquinta, durante a época que findou esteve próximo de assinar pelo Barcelona. Mora em Udine há 6 épocas, depois de ter sido descoberto no modesto mas esforçado Castel di Sangro - uma societá que trará lágrimas aos olhos de qualquer aficionado das mais antigas versões do Championship Manager.
Certo será que o clube perdeu jogadores importantes para a época que agora se inicia. O checo Jankulovski saíu, o veterano dinamarques Jorgensen tambem já não saltita pelo campo, e a esperança chilena David Pizarro acaba de assinar com o Inter - possivelmente para não mais jogar em Italia, vide Pinilla. O treinador também mudou, tendo o herói Luciano Spaletti sido substituido pelo carismático e controverso Serse Cosmi, que do seu ex-Perugia tratou logo de trazer o eterno dopado Khadaffi Jr. Certo é que do regular sobe-e-desce a que a Udinese já nos tinha habituado durante os anos 90, o clube passou num repente a disputar lugar europeus na disputada Serie A. Com pouco brilho, já que o ano passado foram eliminados pelo modestíssimo Panionios logo na primeira mão. Bom sinal? Nem por isso. Apesar da falta de traquejo nas competicões Uefeiras, a Udinese querará marcar presença na CL, um objectivo de época que Cosmi já apelidou de fundamental. Lembrando a pouca queda dos clubes portugueses em eliminatorias com formações italianas - sendo aqui o Boavista de outrora a excepção - a coisa parece complicada.
O ex 'Pélé branco', jogador do clube nos anos 80, já comprou uma central para o Friuli..

segunda-feira, julho 25, 2005

Ei-lo 


Ora aqui esta, em primeira mao, o novo ponta de lança de renome internacional que LFV tanto prometera. Segundo consta é o irmãozinho mais novo do famigerado Tote..este nem A Bola conseguiu descortinar! Temos Benfica!

sexta-feira, julho 15, 2005

Dispensados 

Chega-se a esta altura do ano e o comum adepto interroga-se do porquê de algumas decisões dos dirigentes dos clubes. Tomemos como exemplo os 3 grandes:
- Hugo foi dispensado do Sporting. Havia Beto, Polga, Enak e de Semedo ou Miguel Veloso um deles ficaria no plantel. Parecia bem: 2 centrais seguros, um que chegou há pouco mas parece bom e um jovem para evoluír. Hugo, exemplar profissional para todos os que tratam com ele (Roca elogiou-o recentemente), não arranjou ainda clube por isso voltou...a Alcochete! Agora, Enak poderá saír. Ficará o Sporting com Beto, Polga e 2 miudos?? Não me parece...voltará Hugo a ser readmitido? Não soa bem...Comprará um central novo quando tem um que podia fazer ocasionalmente as vezes dos titulares? Possivelmente. O que só prova a falta de tacto na hora de dispensar.
- Fyssas, Paulo Almeida e Everson não seguiram para Nyon. Aliás, nem sei onde andam. No plantel 2005/06 não ficam, mas vão para onde? Têm mercado? José Veiga diz que sim. Eu digo que não. Ou o mercado que têm é empréstimo à Naval ou ao Amadora ou então vem cá o AEK, o Santos ou o ...bom, o Nice não vem porque já conhece a peça! E se Leo (ou Dédé, ou Tutu, ou Cissi) não vem? Readmite-se o Fyssas?
- Ao menos o Porto não olhou para o preço de apartamento lá no hotel e levou todos juntos. 5 centrais, 3 laterais, 5 pontas-de-lança todos com a ilusão de ficarem no plantel, a darem o litro e, ao mesmo tempo, os dirigentes a trabalharem cedências a clubes de meio da tabela. Nenhum deles tem a ideia definida que não jogará no Porto ou que não tem clube. Dos jogadores dispensados (quem não se lembra de Rossato?!?!), em 3, máximo 4 dias têm clube. Porque durante o estágio tudo isso já foi equacionado com os clubes ditos pequenos.

quinta-feira, julho 07, 2005

Miguel e Gerrard 

Tempos houve em que ser jogador de futebol era estar totalmente dependente da vontade dos clubes. A lei Bosman veio, nesse sentido, alterar toda o relacionamento entre patrão e empregado na Europa do futebol. Com as cláusulas de rescisão e com a liberdade de escolher clube após o fim do contrato, os jogadores passaram não só a estar mais livres, como a poderem reinvidicar melhores salários e condições contratuais.
As transferências de Shearer e mais tarde de Figo, foram marcos no processo de subordinação dos clubes aos jogadores. De então em diante, os clubes deixaram de ter qualquer poder sobre os jogadores, para lá dos valores fixados na cláusula de rescisão. Os empresários, que nos anos 80 eram úteis para evitar a exploração dos jogadores, servindo como uma espécie de sindicatos para os atletas, rapidamente se tornaram nos principais actores da indústria, fazendo a sua riqueza com a circulação da mão-de-obra. Esta rápida subida na hierarquia social, consolidou os seus laços de poder, criando uma estrutura internacional onde alguns empresários passaram a ter o poder de decidir o futuro de vários clubes em simultâneo, através da representação dos seus jogadores.
Temos assim um mundo do futebol onde jogadores e empresários são mais importantes que clubes e respectivos adeptos. Não querendo defender o status quo dos anos 80, a situação actual parece ter chegado ao limite do aceitável, tendo dado uma volta de 180º.
Os casos de Miguel e Gerrard, se bem que a níveis ligeiramente diferentes, correspondem ao mesmo padrão. Miguel, um jogador que deve muito ao Benfica, depois de campeão nacional numa época em que esteve muito longe do seu melhor, diz pretender rescindir contrato com o Benfica, sabendo que o clube nada ganhará com a sua transferência. Em Inglaterra, Gerrard, assediado pelo Real Madrid, apesar de formado nas escolas do Liverpool e numa época em que foi campeão europeu, pretende igualmente sair, recusando-se a voltar aos treinos.
De repente, tanto Miguel como Gerrard, decidem, por conselho dos seus empresários recuar um pouco. Mas a verdade é que quer fiquem quer saiam, nunca mais poderão ter o carinho dos adeptos que um dia os idolatraram.
Lembro-me de Paulo Sousa, filho do Estádio da Luz, que da última vez que o pisou aquando do Portugal-Estónia em 2001, foi mais assobiado que aplaudido (e era um jogo da equipa de todos nós). Lembro-me também de Steve Macmananam, craque do Liverpool que insistiu em ir para Madrid, onde foi rapidamente posto de lado, tendo regressado ao seu país sem honra nem glória. Curiosamente pelo mesmo caminho parece ir Michael Owen, ex-símbolo de Merseyside, actual suplente do Real Madrid. E mesmo Figo deve ter consciência de que a sua carreira ficou irreversivelmente condenada a um lugar menos importante na história, por ter recusado ser o símbolo do Barcelona a troco de mais alguns milhares de euros.
Seria interessante entrevistar ex-jogadores de futebol com comportamentos semelhantes aos de Miguel e Gerrad para saber até que ponto vale a pena abdicar de um lugar na história de um clube e de uma comunidade de adeptos, em troca de um contrato um pouco melhor.

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