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domingo, janeiro 30, 2005

O Treinador II 

Dos treinadores dos 3 "grandes", talvez apena a Fernandez não se possam assacar grandes culpas no que toca as miseráveis prestações dos clubes em questão. Trappatoni é certamente o grande responsável da péssima carreira encarnada neste campeonato. Homem de trato fácil, o Sr.Catennacio tem falhado rotundamente nos momentos decisivos. Já aqui falei do enigma Anderlecht - sobre o qual Zahovic teceu os comentarios mais acertados aquando da sua partida da Luz - , da previsibilidade dos seus ideais tácticos e da (falta) de jogo de banco. Discordo de Mourinho quando este afirma que o plantel do Benfica é fraco. O onze da Luz é, em teoria, superior ao de Alvalade. O grande problema - e imprevisivel enigma - centra-se na defesa, a qual era, sem sombra de duvidas, a melhor dos 3 grandes na epoca passada. Com Trap, Il Signore Catenaccio, desbarataram-se os desenhos defensivos de Camacho, mesmo mantendo os mesmos homens-chave! (De referir que quer Alcides quer Andre Luiz nao parecem acrescentar nada de novo à defesa encarnada, muito pelo contrario).
De Peseiro também aqui já teci comentários. Mantenho a ideia. O homem é um medíocre treinador. Certo será que dispõe da mais pálida e insípida defesa leonina de há muitos anos a esta parte - renovar o contrato a Polga é demasiado ridículo - e que nao dispõe de armas para discutir jogadores quer no mercado domestico, quer internacional. Não obstante tais atenuantes, é dificil compreender o porquê da escolha de Peseiro. Treinador barato? Talvez seja. Como Mourinho muito bem analisou, o Sporting é uma equipa de jovens que joga como um conjunto de "velhos". A irregularidade é patente a todos os níveis. Não fosse o losangulo de ouro - Martins, Viana, Custodio e Rochemback - e a inspiracao Liedson, o Sporting andaria a lutar por um lugar na Europa.
A Fernandez, faça-se justiça. Herdou a "máquina" de Mourinho, que só respondia a seu mestre. Tem a melhor equipa. Os melhores jogadores. Possivelmente o melhor treinador. Ganhará o campeonato, mais sofrido que no passado, e sem o brilho de outrora.

segunda-feira, janeiro 24, 2005

O treinador 

Como adepto do Benfica tenho tido a oportunidade de, dentro da área da Teoria da Bola, me especializar em Culpabilidade do treinador. E a experiência diz-me, que um treinador pode ter culpa em três dimensões: por preparar mal a equipa (em termos físicos e tácticos); por não ter capacidade de motivar psicologicamente os seus jogadores; e por fazer más substituições durante o jogo.
Começando pelo fim, uma má 'gestão de banco' é meio caminho andado para um treinador começar a ser mal visto pelos adeptos. Isto porque, é a única oportunidade para estes verem o impacto das decisões do treinador na equipa. A entrada de um ponta-de-lança é quase sempre vista como uma boa opção, ou pelo menos que seja um jogador mais ofensivo que o que acaba de sair.
A capacidade de motivação psicológica é algo cada vez mais importante no futebol internacional, uma vez que a diferença pela preparação física esbate-se com a 'democratização' das condições de treino. Em Portugal, Pedroto é o maior símbolo do aproveitamento dessa dimensão da preparação de uma equipa. Pelo menos, até ao aparecimento de Mourinho, que no Chelsea, por exemplo, manda colar por todo o centro de estágio, entrevistas de jogadores rivais a criticar a sua equipa. A verdade é que essa dimensão psicológica é uma clara mais-valia nas suas equipas, porventura, a principal mais-valia. Um treinador que não tenha capacidade de motivação, faz com que a sua equipa entre em campo sem todas as suas capacidades potenciadas.
Por fim, o trabalho de treino ao longo da época continua a ser importante. Já não tanto a dimensão física (por razões já acima referidas), mas sobretudo a preparação de jogadas estudadas (o que os ingleses chamam de set plays) e a criação de dinâmicas de entrosamento entre os jogadores, basicamente, a criação de uma verdadeira equipa. Um treinador que não tenha preocupações ou capacidade em aprofundar especificamente essas dimensões, deixa a sua equipa em 'piloto automático', ficando a sorte e a genialidade de um ou outro jogador resposáveis pelos sucesso da equipa. Pelo contrário, um treinador preocupado com o mínimo detalhe pode criar equipas do nada, como o demonstrou Rehagel no Euro2004.
Voltando ao Benfica, convém agora analisar Trapattoni à luz destes critérios. Em relação à sua capacidade de gestão do banco, toma, normalmente, decisões pouco arriscadas. O episódio recente da quase-substituição de um jogador por engano (se não fosse Álvaro Magalhães teria mesmo sido efectuada), veio adicionar à etiqueta de defensivo, a de pouco lúcido. Diga-se, no entanto, que no geral, tem um desempenho aceitável, tendo em conta os suplentes de que dispõe.
O problema está nas outras duas dimensões: ao nível da motivação, o Benfica parece ter pouca. Entra em campo amorfo, e sai enervado pela sua impotência de virar resultados desfavoráveis nos cinco minutos finais, quando constatam que vão mesmo perder ou empatar o jogo. Mas o maior problema reside no 'trabalho da equipa ao longo da semana',como disse, acertadamente (já era tempo de dizer alguma coisa acertada...), o treinador do Beira-Mar, Luís Campos. A verdade, é que o Benfica à 19ª jornada limita-se a fazer circular a bola dos centrais para os avançados, sem a utilização do meio-campo; não aparenta ter jogadas estudadas em nenhuma fase do jogo (as reposições de bola pela linha lateral chegam mesmo a dar dó); e as movimentações dos jogadores sem bola são quase nulas.
Em suma, Trapattoni erra naquilo que devia ser o seu trabalho de fundo, aquilo mais tempo lhe devia ocupar - a preparação da equipa durante a semana.
Face a isto, que fazer? Despedir um treinador com um grande currículo, que até só está a 3 pontos do primeiro ou mantê-lo até ao final da época, mesmo sabendo que a equipa não evolui, que os adeptos não simpatizam com ele e que os jogadores parecem não conseguir assimilar os seus métodos? No meio de tudo isto, o habitual inferno das equipas irregulares que dificultam a decisão de qualquer decisão: vitória numa semana, derrota na seguinte... . Foi assim que Manuel José, por exemplo, se foi arrastando no Benfica. Contudo, foi pela direcção hesitar, que Fernando Santos ficou até ao final da época num Sporting que perderia 9 pontos nas 4 últimas jornadas.

quarta-feira, janeiro 19, 2005

Pela saúde mental de todos os que seguem a Superliga, deixem jogar o Mantorras! 

Há um fenómeno no jogo de futebol que só tem paralelo com as filas na auto-estrada: está tudo parado e quando menos se espera, começa-se a andar como se nada fosse. No futebol passa-se, frequentemente, o mesmo. De um momento para o outro, um jogo morno, aborrecido, torna-se rápido, e interessante. Os jogadores que 5 minutos antes não conseguiam ligar três passes nos últimos trinta metros do terreno, começam a encontrar soluções em catadupa. Esta alteração tem, normalmente, origem em dois fenómenos: ou numa situação de golo, surgida do nada; ou na entrada de um jogador suplente (normalmente aquele pelo qual os adeptos tanto anseiam, mas que o treinador teima em deixar em eternos alongamentos atrás da baliza).
Não são, contudo, todos os jogadores que têm capacidade para provocar esse efeito nos seus colegas e por vezes, até nos seus adversários. Em Portugal, lembro-me de dois: do cigano Quaresma, um dos melhores jogadores do mundo quando lhe apetece e do agora regressado Mantorras. Se Quaresma continua a ser preterido pelo seu treinador, o regresso de Mantorras dará uma nova opção a Trapattoni, e que opção. Na verdade, o internacional angolano poderá ser importante não só para o Benfica, como para todo o campeonato. O seu regresso, se se consumar plenamente, poderá transpôr aquele fenómeno de aceleramento do jogo à dimensão do campeonato. Num campeonato chato, morno, nivelado pela mediocridade e ausência de soluções que passem pela vitória em mais que um jogo consecutivo, Mantorras poderá ser o tal substituto, com capacidade para mexer na dinâmica de toda a Superliga. Assim as lesões o permitam.

sábado, janeiro 08, 2005

Trapattoni Resolve 

Example

terça-feira, janeiro 04, 2005

2004: Um ano para recordar 

Vimos a família benfiquista a festejar um título oito anos depois. Vimos o Porto a receber a taça de Campeão Europeu. Tivemos o melhor que a Europa das nações tem entre nós durante um mês: Do Minho ao Algarve foram milhares de croatas, suecos, espanhóis, italianos, ingleses, holandeses e alemães que encheram bares e restaurantes um pouco por todo o lado. No meio de tanto europeísmo ainda conseguimos erguer o ego nacional, graças a uma equipa que nos fez acreditar que era possível. Não foi, mas os momentos que passámos até chegarmos a tal constatação foram demasiado fortes para serem esquecidos. Para terminar, ainda vimos o Porto a erguer a última Taça Intercontinental da História do Futebol, frente a um frágil Once Caldas, metáfora da diferença entre o futebol europeu eo futebol sul-americano ao nível de clubes.
Se em termos de futebol, 2005 for igual a 2004, já nos podemos dar por satisfeitos.

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