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terça-feira, fevereiro 28, 2006

Vitor Baía 

É raro no futebol dos nossos dias encontrar jogadores com uma ligação tão grande a um clube como Vitor Baía. Foi até o Porto que o fez passar de benfiquisa ferrenho a tripeiro de gema, nos seus tenros 14 anos. Para qualquer adepto de outro clube, Baía é sinónimo de FCP. Por isso, no Domingo, o frango de Baía, foi mais do que um erro de um jogador do Porto, foi um erro de um símbolo do clube. Teve outro encanto para benfiquistas, foi de um sofrimento enorme para portistas. É que um dos problemas com os símbolos dos clubes, é não ter lógica dizer "tira esse gajo daí!". Porque se é um símbolo, tem de ser respeitado como tal. São sapos vivos que os adeptos têm de engolir por amor ao clube.
Contudo, e apesar do frango de Domingo não tenho a menor dúvida que não só os portistas, como os adeptos da maior parte dos clubes por essa Europa fora, preferiam ter de engolir mais sapos desse tipo, a ter que assistir a plantéis em constante mutação.

domingo, fevereiro 26, 2006

O circo dos três grandes 

O futebol português vive de um circo e não me refiro ao dos palhaços que habitam no seu interior - falo do circo dos 3 grandes. Este circo corresponde a toda a uma cobertura mediática que corre o país ao bom estilo de uma Volta a Portugal.
Cada clube pequeno tem como ponto alto da época, a recepção ao Benfica, Sporting e Porto (por esta ordem). Para além de ter a oportunidade de encaixar uma boa receita, é também a altura em que tem direito a fazer parte do circo dos 3 grandes: dirigentes, treinadores e jogadores são entrevistados por dezenas de jornalistas; o jogo tem direito a transmissão televisiva e a cobertura por todos os canais nacionais; os convidados VIP são mais que muitos; enfim, são as únicas alturas do ano que têm para ver ao vivo os craques que todos os dias ocupam boa parte dos nossos noticiários.
Tal como na Volta a Portugal, depois do circo passar, volta a dura realidade: dos estádios vazios, dos jogos sem interesse, dos jogadores brasileiros que chegam em contentores de 20 por cada período de transferências e que saem sem que ninguém consiga verdadeiramente perceber se se chamam Juninho ou Júnior. Depois da deslocação na jornada seguinte a um campo desoladoramente vazio, em que o jogo acaba 0-1 com a vitória no único remate à baliza, os jogadores voltam para casa, para verem o circo dos 3 grandes na televisão.

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

Pergunta 

Não vos parece que o número de jogadores brasileiros nas equipas da I Liga começa a ser, não sei como dizer, extraordinariamente exagerado?

O estranho mundo da bola 

Os treinadores estão em crise: Benítez não é capaz de tornar o Liverpool numa equipa consistente; Wanderley Luxemburgo não teve andança para um Real Madrid superstar; Alex Ferguson perdeu o seu toque; Koeman ainda não o ganhou; Scolari, para além de incompetente, fala mal inglês. Não é só o facto de Mourinho ser bom, é que os outros parecem ser realmente maus.
Os grandes da Europa estão em crise: O Real está a anos luz do título, o Liverpool está a anos luz do título, o PSG está a anos luz do título, o AC Milan está a anos luz do título, o Manchester United está a anos luz do título, até o Rangers de Glasgow está muito longe de poder voltar a ser campeão escocês. Em nenhum dos principais campeonatos europeus há concorrência ao líder. Não são os líderes que são especialmente bons, os outros é que parecem irregulares, incapazes de ganhar todas as semanas.
Tanto ao nível dos treinadores como das equipas, a Europa parece atravessar uma fase estranha, de incompetências múltiplas. É óbvio que um treinador não é perfeito, nem a História do futebol particularmente democrática no que diz respeito ao número de equipas com capacidade para serem campeãs. Contudo, tanto num caso como noutro, houve sempre concorrência. Houve sempre mais do que um bom treinador, mais do que uma equipa regular. Agora não. Porque será?

Match Point 

Nove pontos perdidos em quatro jogos. O Benfica conseguiu chegar às vésperas dos dois jogos mais importantes da época na pior forma possível, com a moral em baixo, com os adeptos desiludidos, com um treinador que todas as semanas parece constantemente deslumbrado com as possibilidades de mudança no onze que este plantel lhe oferece, tal adolescente fascinado por ter uma grande equipa no (ex-)Championship Manager.
O ano transacto o mesmo aconteceu com Rafa Benítez em Liverpool. Com um grande plantel, ficou a dezenas de pontos do campeão Chelsea. Não fora a aventura da Liga dos Campeões e hoje provavelmente (atendendo a que está novamente a quase 20 pontos do primeiro...) já estaria desempregado. É claro que nem o investimento do Benfica foi tão grande, nem o plantel é tão bom como o dos Reds versão 2004/2005. Mesmo assim, salvaguardando as devidas distâncias, o Benfica tem amanhã a possibilidade de salvar a época - e nem é preciso ser campeão europeu. Eliminar os Reds seria o suficiente para dar outro ânimo a um Benfica claramente desanimado; seria o suficiente para dar um novo rumo a um campeonato, cujas lideranças, de tão frágeis, abanam com qualquer brisa.
Para quem viu o último filme de Woody Allen, a bola amanhã irá certamente bater na rede, resta saber para que lado irá cair. Se for favorável a Koeman, Benitez pode começar a ficar preocupado; se for favorável a Benítez, Koeman pode começar a rezar por vários milagres - os suficientes para que o Benfica seja campeão.

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

Assistências 

Obtive alguns dados relativos à média de espectadores da Superliga até à 16ª jornada do campeonato. Não digo que sejam 100% fidedignos mas, pelo menos dos grandes (e de um ou outro), são contagens apresentadas pelo clube. Os outros são medidos a olho.

ASSISTÊNCIAS POR CLUBE:
1. FC Porto: 39.417 de média (354.756 espectadores totais, 9 jogos)
2. Benfica: 38.476 (346.292, 9 jogos)
3. Sporting: 29.096 (232.172, 8 jogos)
4. V. Guimarães: 14.122 (112.977, 8 jogos)
5. Sp. Braga: 11.984 (107.857, 9 jogos)6
. Académica: 8.050 (64.400, 8 jogos)
7. Boavista: 4.344 (39.100, 9 jogos)
8. Marítimo 4.222 (38.000, 9 jogos)
9. V. Setúbal: 3.937 (31.500, 8 jogos)
10. P. Ferreira: 2.937 (23.500, 8 jogos)
11. Gil Vicente: 2.622 (20.979, 8 jogos)
12. Penafiel: 2.562 (20.500, 8 jogos)
13. Nacional: 2.187 (17.500, 8 jogos)
14. Rio Ave: 2.166 (19.500, 9 jogos)
15. Naval: 2.147 (19.330, 9 jogos)
16. U. Leiria: 1.753 (14.027, 8 jogos)
17. Belenenses: 1.722 (15.500, 9 jogos)
18. E. Amadora: 1.188 (10.700, 9 jogos)

Média espectadores Liga: 9.724 pessoas por jogo

Se a isto somarmos a baixa média dos jogos da taça (dada a hora e dia da semana a que muitas partidas se disputam), teremos resultados ainda mais desoladores. Com a diminuição do número de clubes há a possibilidade de passar eliminatórias da taça para fins de semana (que dificilmente serão transmitidos vários jogos de cada eliminatória; seria bom voltar a ver um jogo do Benfica ou do Sporting em casa às 15 horas, não?) e a eliminação de jogos sem interesse (ir ver um Benfica-Penafiel a um domingo às 21h30m para chegar a casa depois da meia noite interessa a poucos) aumentará, certamente o interesse (menos quantidade, mais qualidade). Se a isso somarmos uma ou outra medida criada por cada clube para chamar público (veja-se o caso do Benfica com a campanha que começou em Dezembro: na compra de 1 bilhete sócio, oferece-se outro de igual valor), poderemos ter uma média de espectadores superior. Basta, para isso, dinamizar e encontrar formas de despertar a paixão.

sábado, fevereiro 11, 2006

when football is not coming home 

Os jogos da liga inglesa tem sido, quase sem excepcao, fraquinhos e aborrecidos. Tenho saudades, muitas saudades, do basico kick-and rush.
PS - Apenas os jogos da liga Russa conseguem aborrecer-me mais que a Premiership
PPS - Surpreendentemente, tenho visto jogos da liga Francesa muito bons.

sábado, fevereiro 04, 2006

Opções 

Interessante fenómeno que se passa na actual Superliga. Com o plantel com menos opções dos três grandes, Paulo Bento vai caminhando, dentro do possível, para uma aproximação ao primeiro lugar. E isto corresponde exactamente à época passada, quando com o mais fraco plantel dos 3, o Benfica lá conseguiu ser campeão.
São grandes as diferenças da época passada para esta: onde havia João Pereira (devido à prolongada ausênca de Miguel), agora há Nélson; onde havia Dos Santos, agora há Leo; Geovanni e Simão, reis e senhores dos lugares das alas, agora têm a concorrência de Manduca, Marco Ferreira e Robert. No ataque, onde havia Nuno Gomes e Karadas (Mantorras demorou a estar em forma), agora há para além do 21, Marcel, o próprio Mantorras e Miccoli. No meio-campo, onde os suplentes eram Bruno Aguiar, Everson e Paulo Almeida, agora há Beto e Karagounis. Em suma, o Benfica tem um plantel muito mais rico que o da época passada. O mesmo fenómeno se passa, actualmente, no Porto, com um plantel com várias opções para cada lugar.
Nas equipas portuguesas, muitas opções não parecem ser boa ideia. Lembro-me da equipa do Benfica de 1992/1993, segundo o próprio Paulo Futre, a melhor onde tinha jogado, mas com o pior balneário por onde tinha passado. Essa equipa limitou-se à vitória na Taça. No ano seguinte, com mais limitações e com ordenados em atraso, o Benfica seria campeão.
Num campeonato onde a diferença de recursos entre os 3 grandes e os outros é tão grande, não é o possuir mais opções que vai dar maiores possibilidades de sucesso. A chave está na formação de uma equipa estável, coesa e solidária. Quando isso não existe, quando a competição interna é mais que muita, quando não existe um 11 base, aumentam as rivalidades de balneário, o grupo fica menos unido.
Encontrar motivação para jogar contra os Paços de Ferreira desta vida, quando os jogadores dessas equipas se esforçam para realizarem a exibição da vida deles é o principal obstáculo ao sucesso no campeonato nacional. E isso só se ultrapassa com espírito de equipa. É essa questão que os treinadores que vêm de fora têm, por vezes dificuldade em compreender. Trapattoni, percebeu, por isso foi campeão. Koeman não percebeu, por isso muda de 11 todas as semanas e a cada derrota diz que o Benfica está mais longe do título, apesar de a segunda volta ainda estar no início.

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