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sábado, fevereiro 04, 2006

Opções 

Interessante fenómeno que se passa na actual Superliga. Com o plantel com menos opções dos três grandes, Paulo Bento vai caminhando, dentro do possível, para uma aproximação ao primeiro lugar. E isto corresponde exactamente à época passada, quando com o mais fraco plantel dos 3, o Benfica lá conseguiu ser campeão.
São grandes as diferenças da época passada para esta: onde havia João Pereira (devido à prolongada ausênca de Miguel), agora há Nélson; onde havia Dos Santos, agora há Leo; Geovanni e Simão, reis e senhores dos lugares das alas, agora têm a concorrência de Manduca, Marco Ferreira e Robert. No ataque, onde havia Nuno Gomes e Karadas (Mantorras demorou a estar em forma), agora há para além do 21, Marcel, o próprio Mantorras e Miccoli. No meio-campo, onde os suplentes eram Bruno Aguiar, Everson e Paulo Almeida, agora há Beto e Karagounis. Em suma, o Benfica tem um plantel muito mais rico que o da época passada. O mesmo fenómeno se passa, actualmente, no Porto, com um plantel com várias opções para cada lugar.
Nas equipas portuguesas, muitas opções não parecem ser boa ideia. Lembro-me da equipa do Benfica de 1992/1993, segundo o próprio Paulo Futre, a melhor onde tinha jogado, mas com o pior balneário por onde tinha passado. Essa equipa limitou-se à vitória na Taça. No ano seguinte, com mais limitações e com ordenados em atraso, o Benfica seria campeão.
Num campeonato onde a diferença de recursos entre os 3 grandes e os outros é tão grande, não é o possuir mais opções que vai dar maiores possibilidades de sucesso. A chave está na formação de uma equipa estável, coesa e solidária. Quando isso não existe, quando a competição interna é mais que muita, quando não existe um 11 base, aumentam as rivalidades de balneário, o grupo fica menos unido.
Encontrar motivação para jogar contra os Paços de Ferreira desta vida, quando os jogadores dessas equipas se esforçam para realizarem a exibição da vida deles é o principal obstáculo ao sucesso no campeonato nacional. E isso só se ultrapassa com espírito de equipa. É essa questão que os treinadores que vêm de fora têm, por vezes dificuldade em compreender. Trapattoni, percebeu, por isso foi campeão. Koeman não percebeu, por isso muda de 11 todas as semanas e a cada derrota diz que o Benfica está mais longe do título, apesar de a segunda volta ainda estar no início.

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