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quinta-feira, maio 26, 2005

They will never walk alone... 

A fantastica vitoria alcancada pelo Liverpool ontem 'a noite em Istambul deu novo alento a todos aqueles que ainda "sofrem" pelo Futebol dito de amor-a-camisola. Ouvir a turba de Merseyside que ocupava as bancadas gritar, cantar, berrar a ja famosa "You will never walk alone" enquanto os jogadores percorriam a volta olimpica foi, de longe, um dos momentos mais enebriantes e emocionantes para qualquer adepto da bola. Acredito que todos desejassemos la estar, cantar as mesmas palavras, e agradecer aos Mighty Reds o espectaculo que oferenceram a milhoes de espectadores por esse mundo fora.
Foi tambem uma vitoria cheia de "sangue,suor e lagrimas", virar um resultado dado como certo, acreditar ate ao fim que a historia estaria com "eles", fazer de uma boa equipa uma genial. Saber estar, saber vencer, sem dinheiro sujo, contratacoes mirabolantes, sem arrogancia, saber vencer sendo tradicao, sendo Liverpool.
O brilho nos olhos de que nos falava Henry Winter, ontem, estava la todo estampado no rosto afavel de Rafa Benitez, e dos jogadores que com ele e por ele levantaram aquela Taca...
Obrigado Liverpool!

terça-feira, maio 24, 2005

O Título 

Esta Superliga surpreendeu muita gente. Havia uma expectativa muito forte no início do ano para ver com reagiriam os 3 grandes às mudanças de treinadores. Del Neri, Trappatoni e Peseiro tinham missões iguais mas meios para as conseguir diferentes.

Del Neri tinha um plantel fortíssimo apesar das saídas importantes de P.Ferreira, R.Carvalho, Deco e Alenichev. O Porto reforçou-se igualmente bem com Fabiano, Quaresma, Postiga, Seitaridis e Diego. Eram mudanças bem pensadas: jogador por jogador. Os problemas começaram cedo com Del Neri a sair ainda antes de realizar um jogo oficial. Uma história muito mal contada que Pinto da Costa vem agora explicar (adiante comentarei). Chegou Fernandez com um problema no imediato para resolver: a co-existência com McCarthy. O avançado respondeu com golos na sua melhor fase da época. O Porto era primeiro mas não convencia com o seu futebol. Perdia muitos pontos caseiros, algo pouco habitual nos dragões. Chegou Dezembro/Janeiro e mais mudanças na equipa: Derlei e Carlos Alberto saíam. Era o encerrar do ciclo Mourinho. Fernandez geria como podia um plantel desunido que, mesmo assim, era 1º/2º da Superliga, venceu a Taça Intercontinental e passou à segunda fase da Liga dos Campeões! Fernandez acabou por tomar o mesmo caminho de Del Neri. Sem se perceber ao certo porquê (Pinto da Costa justificou-se com as folgas de fim de ano). Chegou então Couceiro: homem de visão, um gestor de recursos humanos e não só. Pensou-se num projecto de futuro com uma visão mais alargada mas desde cedo se percebeu que Couceiro não tinha perfil para ser treinador do Porto. E os dirigentes, ao que parece, fizeram-no ver isso: “para o ano, serás adjunto de um nome internacional forte” são palavras de Pinto da Costa…Couceiro, orgulhoso e fiel aos seus princípios declinou a despromoção. Andou entre o 3º e o 4º lugar, arredado (para muitos) do título mas foi o último a cair aos pés do campeão Benfica. Couceiro sai do Porto por uma porta normal, nem grande nem pequena. Sai de consciência tranquila mas com uma imagem de não ter sido capaz de unir a equipa. Mas também quem lhe podia pedir esse milagre quando, ainda recentemente, Costinha, Maniche e Seitaridis arrancaram para Moscovo encerrando, definitivamente, o ciclo “conquistas europeias”. Uma época de tons diferenciados para os portistas. Entre a conquista da Taça Intercontinental e o fracasso em todas as outras provas (excepto a Supertaça portuguesa) fica uma ordem de raciocínio muito simples: se Fernandez tem continuado, não teria todas as condições para ser campeão? Se o Porto procurou disciplina e estabilidade com Couceiro, porque lhe ofereceu um trabalho temporário? No final, e depois de 2 anos geridos por Mourinho, parece que Pinto da Costa se esqueceu como se fazia a gestão de um clube recheado de sucessos…

Trappatoni tinha outros meios: substituía o intocável (para os adeptos) Camacho e tornou-se intocável (para a imprensa). O seu curriculum justificava-o, o futebol jogado veio-se a comprovar que não. As mexidas não eram muitas: saiu Tiago, Andersson e Fernando Aguiar (de relevo) e chegaram Quim, Dos Santos, Paulo Almeida, Bruno Aguiar e Karadas. O Benfica precisava de grandes nomes mas contratou…suplentes. Aos poucos Trappatoni lançou-os para a equipa titular: Karadas foi o primeiro mas cedo se percebeu que não era opção muito válida. Nuno Gomes e Mantorras estavam a regressar. Depois foi Dos Santos que foi uma agradável surpresa. Roubou o lugar a Fyssas e mereceu a titularidade. Quim também roubou o lugar a Moreira e, para desagrado de muitos, soube merecer a confiança que lhe foi depositada. Mas, na realidade, Trappatoni dependia da prata da casa que, por esta altura, já estava no clube há tempo suficiente para se sentir um balneário forte. Miguel, Luisão, R. Rocha, Petit, Simão e Nuno Gomes lideraram a equipa que, aos solavancos, chegou ao fim como campeã. Foi com um 11 base (já depois da chegada de Nuno Assis) e com 3-4 opções de banco habituais (João Pereira, Bruno Aguiar, Mantorras, Karadas) que o Benfica, no meio das suas visíveis limitações (plantel curto, lesões importantes), conseguiu segurar as pontas e chegar ao final com o título nas mãos. A vantagem que chegou a ter de 6 pontos parecia não ser suficiente para um calendário final tão difícil, mas com a organização cuidadosa de Trappatoni foi possível atingir um objectivo que parecia difícil de conquistar. Nos momentos decisivos, o Benfica falhou pouco (na Supertaça com o Porto e na Rússia com o CSKA). Fora esses momentos, a alegria de jogo foi fraca mas equilibrada. Trappatoni jogou em função das limitações que possuía (os 4-1 no Restelo são prova do peso dos titulares na equipa) e ele mesmo reconheceu que, no início do ano, não pensava ter condições para chegar ao título…

No campo inverso, estava Peseiro. Afinal, assumiu desde cedo a candidatura ao título, mas acabou por falhar nos momentos decisivos. Foi um pouco o contraste do Benfica de Trappatoni. Começou a época (teoricamente) como 3º candidato, mas jogou alto e lançou-se com todas as armas para o campeonato e UEFA (objectivos assumidos por todos no clube no início do ano). Da equipa, notavam-se os ingressos de Rogério, Enakharire, Douala, Pinilla e da jovem promessa Moutinho (apareceu a meio da época), tudo isto para colmatar as saídas de João Pinto, Paulo Bento, Lourenço e Silva. Os primeiros resultados foram negativos mas Peseiro prometeu sempre bom futebol da sua equipa. Efectivamente, conseguiu desenvolver um futebol ofensivo harmonioso e bonito. Mas o futebol joga-se com duas balizas e Peseiro esqueceu-se da sua…nunca soube cobri-la em condições e apenas o tentou em dois jogos: frente ao Porto com 9 jogadores e na Luz onde, aí sim, teve algum azar. A partir de certa altura, quando Trappatoni via regressar os titulares lesionados e Couceiro tentava arranjar um 11 fixo, Peseiro iniciava a rotação de um plantel cansado mas em todas as frentes. Primeiro fugiu a Taça de Portugal num jogo em que teve tudo para ganhar e não o conseguiu (esteve em vantagem no prolongamento) e, mais tarde, numa só semana, o Sporting perdeu campeonato (igualmente na Luz) e taça UEFA (na sua própria casa). Depois de um bom trabalho ao longo do ano (apesar das oscilações pela falta de motivação contra equipas mais pequenas), tudo caiu por terra a 15 dias do final da época. O problema de Peseiro não é a derrota no campeonato e na UEFA (apesar das marcas que tais percas deixam), é a gerência do balneário. Já Rochemback tinha reclamado no Dragão, quando chegamos à ponta final e vemos que o maior desgosto de Rui Jorge não foi perder a final da UEFA: foi não jogá-la, que Douala queria jogar mais tempo do que aquele que joga, mesmo estando em condições físicas deficitárias, que Polga não tem condições psicológicas para jogar um último jogo do campeonato “apenas” porque perdeu 2 títulos no espaço de uma semana. Isto é um problema de liderança e de balneário. Da mesma forma que, fez há pouco tempo um ano, José Peseiro e Carlos Queiroz perdiam o balneário do Real Madrid…

Respeito 

Conta Henry Winter numa das suas crónicas mensais da FourFourTwo que uma das mais-valias de Mourinho é a sua capacidade de se fazer respeitar pelos jogadores. Segundo o cronista do ano de 2004 em Inglaterra, Mourinho consegue conquistar o respeito não só dos seus como dos outros jogadores (não confundir com jogadores do Barcelona e de outros clubes mandatados pelos seus superiores a proferirem palavras ‘desagradáveis’ para com o treinador de Setúbal). Isso ficou bem exemplificado depois do jogo do Chelsea contra o Liverpool em Anfield Road, onde, segundo Winter, os jogadores do Liverpool quando cumprimentavam Mourinho, o faziam com um brilho nos olhos, sinónimo de admiração e respeito.

Esta é a condição básica para qualquer treinador ter sucesso: o respeito do balneário, a crença no treinador como alguém com quem se aprende, uma pessoa em quem se confia plenamente como profissional e se possível como pessoa. Na verdade, creio que foi aí que se decidiu o campeonato deste ano.

No Porto, a sucessiva troca de treinadores tornou difícil fazer esquecer Mourinho. A última vítima foi José Couceiro, que mostrou claramente ainda não estar preparado para treinar um grande. Em última análise, a infeliz sequência de declarações em que num dia diz que é treinador, para no dia seguinte dizer que se vai embora, quando já há muito tempo se sabia que o Porto não só não contava com ele, como já tinha encontrado o substituto, diz tudo. Não teve tempo para mostrar as suas qualidades, mas mostrou os seus defeitos.

Em Alvalade reside a situação mais enganadora. É indesmentível o mérito que Peseiro tem na forma como conduziu o Sporting à luta pelo título, como à final da UEFA. Além do mais conseguiu que o clube de Alvalade jogasse um futebol muito agradável, um dos mais agradáveis da Europa. O problema está no resto, nos resultados. É que quando foi chamado à hora das decisões, o Sporting perdeu: foi assim com o Benfica para Taça e Campeonato, foi assim com o CSKA. Poderão argumentar que em todos estes casos os leões podiam ter vencido. Pois, mas o futebol não dá muito reconhecimento a exibições sem resultados. Esta última semana mostrou algo que me parecia evidente ao longo da temporada, mas que a qualidade do futebol sportinguista não permitia afirmar peremptoriamente – Peseiro não tem o controlo da equipa. É claro que as boas exibições não foram obras do acaso, Peseiro mostrou grande competência técnica. É, contudo, também verdade que nas horas em que era necessário, não um técnico, mas um líder, o treinador de Coruche não o conseguiu ser. O caso Polga foi o corolário de tudo isto.

Por fim, a Velha Raposa. O mais contestado dos técnicos dos três grandes, manteve sempre um discurso coerente, mostrando-se sempre mais preocupado com a sua relação com a equipa do que com a sua relação com os de fora. É certo que Trapattoni tinha consigo toda uma carreira recheada de sucesso, tinha também o título de ultrapassado, sobretudo depois da péssima campanha da selecção italiana no Euro2004. Aos poucos, com um plantel onde só 13 ou 14 têm nível para a primeira equipa (onde estão as contratações?) foi construindo uma relação de respeito e total confiança com os seus jogadores. Convenceu-os de que ele sabia o que fazia, que mesmo quando todos os criticavam, a equipa nada tinha a temer. No final, conseguiu o que nenhum dos seus antecessores nos 11 anos anteriores tinha conseguido – devolver o título de campeão ao Benfica.

No meio de muitos erros, teimosia e alguma ignorância, Trapattoni deu uma grande lição para os jovens treinadores portugueses – o respeito do plantel é a base de tudo o resto. O respeito pelo treinador é o primeiro passo para construir uma verdadeira equipa. A diferença do Benfica para os outros dois, residiu nisso mesmo: é que enquanto o Benfica conseguiu acabar a época com uma equipa, por muitas limitações que tenha, Sporting e Porto acabaram o campeonato com jogadores amuados e outros de saída, com treinadores e dirigentes a disparar em todas as direcções procurando culpados que não eles.

P.S. Escrevi este post antes de saber que Peseiro tinha ganho o prémio para melhor treinador da Superliga. Não sei quem fez parte do júri, mas é certo que frente dele estão pessoas como Nelo Vingada ou mesmo Carlos Brito e Jesualdo Ferreira (estes últimos dois também nomeados) que apesar de não terem ganho nada, tal como Peseiro, na relação entre resultados e plantel disponível foram muito melhores que o treinador de Coruche. Isto para não falar da Velha Raposa, que deve estar habituada a que estes prémios sejam destinados aos treinadores cujas equipas ganham dentro de campo.


segunda-feira, maio 23, 2005

Onze Anos 



Depois de King, Paredão, Jorge Soares, José Soares, Paulo Madeira, Ronaldo, Ricardo Esteves, Sousa, Rojas, Bruno Basto, Pedro Henriques, Hugo Leal, Pringle, Nelo, Tavares, Marcelo, Hassan, Tote, Chano, Mauro Airez, Bruno Caires, Leonidas, El-Hadrioui, Tahar El Khalej, Marcelo, Iliev, Machairidis, Sabry, Pesaresi, Cannigia, Panduru, Kandaurov, Pepe, Mawete, Dani, Poborsky, St. Preud'Homme, Enke, Steve Harkness, Scott Minto, Mark Pembridge, Brian Dean, Glenn Helder, Saunders, Michael Thomas, João Tomás, Carlitos, Maniche, Hugo Leal, Donizete, Paulo Nunes, Taument, Roger, van Hooijdonk, Uribe, Valdir, Edgar, Paulão, Akwá, Calado, Washington, Sanchez, Rui Baião, Anderson...
Depois de Artur Jorge, Manuel José, Mário Wilson, Jupp Heynches, Paulo Autuori, José Mourinho, Graeme Souness, Chalana, Toni e Camacho.
Depois de Manuel Damásio, Vale e Azevedo e Manuel Vilarinho.
Depois de Entre-os-Rios, da Expo98, do 11 de Setembro, do 11 de Março, do Tsunami, do Euro2004, da independência de Timor Leste.
O Benfica é, 11 anos depois, CAMPEÃO!

Ah nao queres jogar? 

Antes de mais, parabens ao Benfica, que acaba por merecer ser campeao, foi de longe a equipa mais regular.
Em relacao ao Sr.Polga, que se recusou a jogar ontem contra o Nacional, so ha um remedio: despedimento. Um jogador que custou ao clube de alvalade uma possivel boa dezena de pontos neste campeonato, no qual Peseiro insistia em apostar, jogo apos jogo, mesmo fazendo este borrada atras de borrada, e que por ter ficado no banco na final da taca uefa decide fazer uma birra, afirmando que nao tem condicoes para jogar, nao faz falta nem se recomenda. Adeus e boa viagem! E de permeio leva contigo o Liedson, que sendo um optimo jogador, parece apenas preocupar-se com o sucesso pessoal. Que diferenca de atitude em relacao a Luisao por exemplo, cobicado por meia europa e que ja ha muito(nao foi so depois de vencer o campeonato) afirma que gostaria de continuar no Benfica. O clube da Luz venceu porque tinha realmente uma equipa. O Sporting tem alguns bons jogadores, mas outros que se acham um bocadinho melhores que os restantes, com direitos especiais e adquiridos. Nao fazem ca falta. Promovam os juniores, o Moutinho comeu mais relva esta epoca do que muitos outros totalistas verde e brancos

quinta-feira, maio 19, 2005

UEFA 

Semana difícil para os leões que perderam frente ao rival de sempre as hipóteses de serem campeões nacionais e 4 dias depois a possibilidade de vencer no seu próprio estádio a taça UEFA pela primeira vez na sua história!Azar pensarão uns, o de sempre pensarão outros. Eu creio que há que ter em conta vários factores nesta situação: frente ao Benfica havia o cansaço, a ausência de Liedson, a falta de informação sobre o deadline para o título e a possibilidade de ganhar a taça UEFA uns dias depois, naquela que poderia ser a noite mais bela da história do Sporting...Para a final da UEFA voltou Liedson, mas a surpresa da perda do campeonato e o (des)equilibrio defensivo da equipa vieram ao de cima. As mudanças no 11 não me espantaram muito. Estranha-se um pouco Miguel Garcia e Rogério de início, mas o brasileiro descansou com o Benfica e Miguel Garcia foi quem pôs o Sporting na final (prémio merecido terá pensado Peseiro). Tello deveria ter sido titular, mas no meio campo. Meio campo esse que tinha que ter Barbosa (pela braçadeira e experiência), Roca (só pelo nome e capacidade para resolver sozinho, porque está de rastos), Moutinho (por tudo que se possa pensar) e...outro homem: Custódio, Rogério ou Tello. Mas como a equipa não estica, Rui Jorge está com os bofes de fora e Paíto não se sabe posicionar, desceu Tello e entrou Rogério. O pêndulo Custódio fez falta para deitar um olho a Daniel Carvalho. E é aqui que se conclui que José Peseiro falha redondamente num aspecto: não estuda as equipas adversárias! Não há trabalho a esse nível. Custódio a deitar o olho a Daniel Carvalho seria mais cuidadoso. Que ninguém coloque em causa o futebol ofensivo do Sporting. Porque este é bom. O problema do Sporting é a recuperação defensiva. O terceiro golo, por exemplo, não é obra do acaso. Realmente Rogério falhar é azar. Mas o golo sofrido é falta de atenção e de concentração. 3 homens no meio campo adversário e Enakahrire atrás?? Bola nas costas do lateral e...golo. O Sporting perdeu como qualquer equipa dita grande não se prepara para enfrentar uma equipa dita pequena: sem estudá-la nos seus pontos fortes e fracos.

P.S. - O Sporting em 4 dias perdeu 2 títulos. Frustração para todos, mas de cabeça fria podem-se fazer várias análises: uma delas diz-nos que o Sporting conseguiu um feito inédito de chegar à final da UEFA (como Portugal na final do Euro). O problema foi encontrar pela frente uma equipa que está destinada a joagr finais: é fria e calculista. E tal como Portugal, o Sporting morreu na praia...

Fica para a proxima 

E la tivemos mais uma tragedia grega em Lisboa...diga-se em abono da verdade que o Sporting nao jogou o suficiente que justificasse uma vitoria, penso que o cansaco de muitos jogadores era notorio, apesar da motivacao...O Sporting caiu sobretudo porque 'e uma equipa que tem dificuldades em defender,possuidor de um eixo defensivo sofrivel - Enak 'e bom mas estava claramente diminuido fisicamente - e Ricardo continua muito longe de convencer aqueles que apostaram na sua contratacao. Para mais, sem Liedson, apagadissimo - castigo por querer sempre ser um one man show? - o ataque tambem se ressentiu, isto mesmo apesar da famosa grande defesa russa ter estado abaixo do que era esperado.
Mas grandes progressos foram feitos esta epoca, sobretudo a nivel europeu - nunca um tipico Sporting viraria as eliminatorias com Newcastle e Alkmaar! - ou seja, a partir de ontem o Sporting passou a acreditar que pode discutir titulos europeus. Mantenham a espinha dorsal da equipa, renovem como deve ser a defesa e baliza, dem o beneficio da duvida a Peseiro, e quem sabe se nos proximos 4-5 anos nao voltamos a uma final...sendo certa que esta sera disputada fora de portas, ja nao havera maldicao grega que nos assuste

Ah e tal, sim senhor, jogaram muito bem 

O Sporting está de parabéns porque apresentou o melhor futebol ao longo da temporada, ficou a poucos pontos do primeiro e chegou à final de uma competição europeia. Portanto, os sportinguistas até se podem dar por contentes porque ao fim e ao cabo conseguiram conquistar a dobradinha, a dobradinha da moralidade, o que é sempre muito apreciado em Portugal.

É claro que isto tudo não passa de uma grande treta. A verdade é que uma equipa que está a uma vitória da conquista do campeonato e prefere jogar para o empate e que no jogo a seguir está a ganhar 1-0 ao intervalo e sofre 3 golos realmente não merece ganhar nada.

Curioso é que se o Benfica perder nos próximos dois Domingos, não terá a complacência nem os aplausos dos adeptos. Mas aí voltamos à questão da identidade dos clubes...

domingo, maio 15, 2005

Entao que seja... 

...O Benfica campeao, sao estes os votos de um resignado adepto sportinguista que assistiu de longe ao jogo de ontem 'a noite. Curiosamente, adquiri uma certa "semi-afeicao" pelo clube da Luz, uma especie hibrida de "sindroma de Estocolmo" aplicado ao futebol, ou seja, simpatizar sempre algo com um clube que nao ganha um campeonato ha ja muito tempo - isto sem qualquer tipo de ironias - ja que ainda bem me lembro de alguns amigos meus benfiquistas me dizerem o mesmo antes de o Sporting la conseguir quebrar o enguico no ano 2000. 11 anos sao muitos anos, e pelo esforco patenteado ao longo da epoca, mesmo nao tendo porventura jogado o melhor futebol da Superliga, sempre conseguiram ser a equipa mais regular e que mais tempo esteve na lideranca deste campeonato. Mas atencao, o titulo ainda nao mora em Lisboa, nao 'e de todo improvavel que o Boavista consiga bater o pe a turma encarnada, do mesmo modo que nao deixa de ser uma possibilidade o FCP nao conseguir vencer em casa a Academica. Nao podendo o Sporting ja ser campeao, que seja entao o Benfica. E para o ano ca nos encontraremos outra vez - com o provavel regresso de Camacho a Luz e Peseiro a tentar consolidar os frutos do bom trabalho feito esta epoca.
PS- E nao seria bonito termos Lisboa em festa no proximo dia 22, com o Benfica a celebrar o titulo e o Sporting a conquista da Taca UEFA?Se tal acontecer, faco um apelo aos adeptos dos dois clubes para se unirem numa grande festa no proximo fim de semana em Lisboa!

quinta-feira, maio 12, 2005

O povo é sereno 

Quis o destino que o Sporting tivesse de abrir as portas da sua academia em vésperas do decisivo jogo contra o Benfica. Como finalista da Taça UEFA, esta foi uma das exigências da organização - são os chamados danos colaterais do sucesso. E então lá foram os jornalistas da RTP, todos contentes por estarem a falar num ambiente informal com consagrados do futebol português como Hugo e Miguel Garcia.
No final a peça até se revelou merecedora de uma análise, por dois momentos únicos de televisão. O primeiro, a entrevista a Liedson, no qual este esclarece que é chato ter levado o amarelo, mas que até acaba por ser bom porque assim tem tempo para descansar depois de tantos jogos seguidos, podendo dia 18 estar em plena forma física. Talvez não tenha sido propositado, mas a pergunta não deixará de pairar no ar: será que Liedson quis levar o amarelo para não correr o risco de se lesionar contra o Benfica para se puder mostrar aos grandes do futebol na grande montra que é a final da Taça UEFA? Atendendo ao desejo já manifestado de sair do clube no final da época, a suspeita fica no ar...
O segundo momento foi ainda mais curioso, porque corresponde a um fenómeno recorrente nas reportagens antes dos grandes jogos. É que mais uma vez os jornalistas fizeram questão de salientar que os jogadores do Sporting se mostravam 'descontraídos', sem aparentes sinais de tensão pré-jogo. Será que os jornalistas esperavam ver os jogadores a tremer que nem varas verdes? Será que receavam comportamentos agressivos da parte destes, estilo tiros de caçadeira do El Pibe? Acho que já era tempo de os jornalistas perceberem que só há um sítio onde se vê se o jogador está ou não nervoso, se aguenta ou não a pressão - dentro de campo.

quarta-feira, maio 11, 2005

O talismã do Campo Grande 

De entre todos os estádios construídos para o Euro 2004, talvez por ter sido o único que seria construído independemente da realização do evento, o complexo Alvalade XXI foi aquele que mais uniu os adeptos do seu clube em torno da sua construção. O estádio da Luz foi construído num ápice, quando os benfiquistas ainda sentiam o derrube do antigo (neste aspecto, foi sem dúvida o Benfica o clube que mais sentiu a demolição do seu antigo recinto de jogo) e o Dragão foi visto como algo secundário, quando comparado com a carreira desportiva do clube.
No Sporting a construção do Alvalade XXI foi um projecto que desde o início visou envolver os sócios por forma a mostrar-lhes a importância da construção deste para a revitalização do clube. Assim, apesar de mais pequeno e mais feio que os outros dois, foi sempre visto como uma obra fundamental para o clube, ao nível de um campeonato ou de uma taça. A certo ponto os adeptos sportinguistas mais pareciam membros de uma agência imobiliária, que de um clube desportivo (falando em desportivo, de criticar a ausência no Alvalade XXI de um pavilhão para a prática das chamadas amadoras).
A verdade é que a estratégia surtiu os seus efeitos dentro de campo. O ano passado o Sporting fez uma época em casa fora do normal e este ano foi a possibilidade de disputar uma final europeia no seu próprio estádio que tem dado forças extras à equipa.
Como já abordámos noutro post, esta política só seria possível no Sporting, dos três grandes, o menos preocupado com as vitórias em campo. Mas a verdade é que os dirigente leoninos souberam aproveitar essa identidade específica sportinguista para a materializarem em vitórias dentro do campo.

terça-feira, maio 10, 2005

Jorge Perestrelo 

Apesar de bastante tendencioso, por vezes extremamente arrogante, como se o microfone o tornasse inatacável e possuidor da verdade suprema, Jorge Perestrelo simbolizava tudo aquilo que um adepto de futebol sente. Tornava cada relato num espectáculo, frequentes vezes mais interessante que o que de real se passava no relvado. Deu ao léxico português expressões para ficar. Deu-nos, naquele Euro 2004, ainda mais orgulho em sermos portugueses, pela forma como exaltava os golos da equipa de todos nós.
Num país onde os comentadores e narradores desportivos (com a devida excepção do supremo Téórico da Bola, Gabriel Alves) são aborrecidos e comprometidos, debaixo de uma aparente neutralidade, Prestrelo era o oposto. Comprometido, mas transparente, e extraordinariamente interessante de se ouvir.
No encardido futebol português, Perestrelo era um fogacho de vivacidade que vai deixar saudades.

sábado, maio 07, 2005

A nova Rússia do futebol 

A visita do CSKA de Moscovo a Alvalade para a disputa da final da Taça Uefa é, decerto, uma “anormalidade” que poucos esperariam. O clube moscovita, o mesmo que eliminou o Benfica nos dezasseis avos e fez a vida negra ao FCP na fase de grupos da Liga dos Campeoes é um conjunto certinho, bem arrumado e muito disciplinado tacticamente, a fazer decerto lembrar o soviético futebol cerebral das décadas de 70 e 80 – vide os históricos Blokhine, Protassov, Dassayev, Zavarov e demais. O que este CSKA tem que os soviéticos não tinham – e nem poderiam ter – é o perfume brasileiro de grandes craques de futebol. Wagner Love é um portento, Daniel Carvalho, recente internacional Sub-21, esteve na lista de compras do Sporting na mesma época em que chegou Liedson – Carvalho nao veio por ser muito caro! Recapitulando: O CSKA tem uma boa equipa. Mas está longe, muito longe de assustar, sendo que o derrotado time holandês do AZ teria, caso pudesse defrontar o Sporting na final, muito mais possibilidades de derrotar a equipa leonina! Até mesmo o Parma B, detentor do típico futebol versão hiper-catennacio seria uma peça possivelmente bem mais dura de roer, não teimasse o treinador Carmignan em manter o super-avançado Gilardino no banco nos jogos uefeiros. O CSKA será em Lisboa o que o Braga foi em Alvalade na primeira volta. Fechadinho atrás, dando a iniciativa de jogo ao Sporting e espreitando o contra-ataque. Se as suas linhas avançadas são rápidas, a defesa é relativamente lenta e dura de rins. Apesar de nao ter acompanhado a eliminatoria com o Benfica na TV tenho de algum modo acompanhado a carreira do CSKA no campeonato russo – isto porque vivo num país contiguo e apanho os canais russos que transmitem os jogos do campeonato todos os fins de semana (sem esquecer o facto de poder acompanhar o campeonato dinamarques em directo, os jogos da selecção da Geórgia(!) e a Coca-Cola premier, ex-division one no futebol inglês). O CSKA é uma equipa perfeitamente ao alcance dos leões – sei que a Grécia também o era, right? – e acredito sinceramente que a vitória sorrirá a Peseiro e seus pares. Claro que dava sempre um certo jeito se Anderson Polga não jogasse, mas enfim… Uma última nota sobre o “nosso” Dínamo de Moscovo. Tenho visto alguns dos seus jogos. Nunca tinha visionado uma equipa profissional jogar tão mau futebol. Qualificá-lo de péssimo seria um elogio. A culpa nem é dos nossos rapazes. Ver o Danny em campo – no batatal do estádio do Dinamo, arquitectonicamente uma cópia do Restelo mas com um relvado de meter medo ao susto – a tentar jogar futebol, e ler, quase literalmente, nas suas expressoes faciais, a questão “Mas o que raio estou aqui a fazer?!?!?!”, mete pena. O Dínamo nao existe. O Derlei nao joga – lesionado? – apenas Danny e Jorge Ribeiro fazem uma perninha parece-me. 9 em cada 10 passes resultam falhados. O que acerta é Danny. É raro o remate á baliza que se aproxima da bandeirola de canto – acreditem, nao estou a exagerar – Jorge Ribeiro e Danny, deixem o pessoal dos teóricos da bola fazerem uma perninha por voces, nós gostamos de batatais, e nem nos importamos de receber uns salarios milionarios para fingir que jogamos á bola! Voces sao internacionais Sub-21, saiam daí depressa antes que todos se esqueçam da vossa mera existência!!

sexta-feira, maio 06, 2005

Motivação 

Em 3 anos seguidos, 3 finais da UEFA! Portugal vive actualmente os melhores tempos uefeiros dos últimos 40 anos (final de 80-início de 90 também foi muito bom)! E tudo isso se deve a uma só palavra: motivação! Acredite-se ou não, se a final da UEFA não fosse no Estádio José de Alvalade, o Sporting não chegaria lá. O Porto sem Mourinho jamais chegaria à final da Champions (e a ganharia). O que moveu aquele conjunto de jogadores foi o factor motivação incutido por um técnico mestre na arte de motivar. Quanto ao Sporting, depois de passar por um Feyenoord e um Newcastle, enfrentar uns desconhecidos holandeses, estar com os dois pés fora da final e marcar no último minuto do prolongamento...não é só acaso do destino: a motivação e a gana de viver um momento único nas suas carreiras (jogar a final da UEFA no seu próprio estádio) estava lá e saíu da voz de Miguel Garcia para Liedson saír da frente. O defesa direito suplente a dizer ao melhor marcador da Europa: esta é minha!! AHAHAHAHAHAH!
Que lhes corra bem e possam ter uma noite de 18 de Maio inesquecível.

P.S. - A nível interno, temos também um caso interessante: o Benfica, sem a morte de Feher (por mais polémica que seja esta declaração), certamente não venceria a taça de Portugal o ano passado. Bater o pé ao Porto de Mourinho (na única final que este perdeu), depois de ter vencido o Nacional ao caír do pano com a ajuda de...Argel (qual Miguel Garcia!) foi obra e assentou numa motivação extra que existia em redor da equipa. Se bem que aqui por factores menos positivos.

terça-feira, maio 03, 2005

Pequeno país futebolisticamente falando.. 

O Beira Mar disponibilizou transporte gratuito aos seus adeptos para se deslocarem a Moreira de Cónegos para apoiarem a equipa na altura mais decisiva da época. As respostas positivas foram dadas por...35 adeptos! 35!! O jogo em si, por aquilo que li, justificou a ausência de espectadores. Foi um jogo cuidadoso de 2 equipas que tinham, obrigatoriamente que ganhar para terem reais chances de não descer de divisão. O empate apenas adiava por mais uma semana a confirmação da descida. Parece que foi isso que Augusto Inácio e Jorge Jesus quiseram: adiar o inevitável. Os 2 treinadores que elogiei pelo discurso há relativamente pouco tempo caíram na troca de acusações de plágios e etc. Enfim, basta estar na Superliga há um mês para se caír na tentação do discurso barato...e os dois vão mesmo descer!

segunda-feira, maio 02, 2005

Contratar o contratado 

Novembro, primeiro quarto do campeonato decorrido. Mantorras era um pobre diabo, sem futuro para o futebol; Postiga, a contratação inexplicável, de um ponta-de-lança a quem os golos há muito tinham abandonado; por fim Pinilla, o ridículo chileno do Sporting que nem com a baliza acertava.
Vários meses, jornadas e golos depois,está nos pés destes três a decisão sobre quem vai ser o campeão nacional. Por isso não se admirem se Cláudio Pitbull for o melhor jogador do Porto 2005/2006, ou Everson, o nº10 que o Benfica verdadeiramente ainda não tem. É que às vezes as melhores contratações já estão contratadas...

Mourinho, o inconsciente 

Disse que necessitava de 3 ou 4 anos para transformar o Chelsea numa equipa campeã. Atendendo a que já o conseguiu e está bem caminhado para repetir a vitória na Liga dos Campeões, só podemos concluir que nem Mourinho tem noção das suas capacidades...

Rivalidade reactiva 

Com um futebol pobrezito mas honesto a Briosa já tem praticamente assegurada a manutenção, com a possibilidade de poder afundar em definitivo o Beira-Mar. Em Coimbra nunca notei qualquer tipo de hostilidade para com os de Aveiro (posso estar enganado). Talvez pelo saudosismo, a Académica gosta mais de ver no Belenenses, no Setúbal e agora no Guimarães, os seus rivais. Por isso qual não foi o meu espanto quando há uns 2 ou 3 anos, li uma entrevista de um dirigente aveirense a dizer que gostava de ver a Académica na III Divisão, estilo recalcamento sem nexo. Talvez por isso os comentadores da RUC falassem com satisfação da possibilidade de o Beira-Mar descer à Liga de Honra no jogo contra a Académica.
É o que podemos chamar de rivalidade reactiva, aquela a que não damos grande importância, mas já que não gostam de nós...
E tudo isto porque mais uma vez deram voz a um dirigente desportivo...

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