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quinta-feira, janeiro 24, 2008

Falta de visão 

Depois do empate da qualificação para o Mundial e do empate de ontem frente à África do Sul, Angola mostrou que está para ficar entre as potências do futebol em África. O fim da guerra permitiu o lento retomar de uma vida (mais) normal naquele país, o que obviamente afecta de forma positiva a prática desportiva. As equipas já se podem deslocar livremente para todos os pontos de território, as melhorias da economia permitem a criação de novas infra-estruturas e o contingente militar necessário já não é tão grande, o que permite que eventuais novos talentos não tenham de desperdiçar as suas qualidades no mato em busca dos campos da UNITA ou escondidos, à espera das forças governamentais.
Num país com tanto potencial desportivo como Angola, o facto de este agora se poder aos poucos começar a concretizar deveria ser factor de alegria para Portugal. Os laços culturais que unem os dois países fazem com que Portugal seja um destino preferencial para os jogadores angolanos, quanto mais não seja, um passo inicial antes da afirmação em campeonatos superiores. Para além do mais, é sabido a admiração que os angolanos têm pelo futebol português, o que facilita em muito a adaptação. O mesmo fazem os franceses em relação às suas ex-colónias, captando os melhores jovens valores para os seus centros de formação. Esta política que à primeira vista parecer ser um pouco neo-colonialista tem, na verdade, dado resultados extraordinários ao próprio futebol africano, como se vê pela mais valia que os jogadores africanos formados na Europa trazem aos seus países.
Neste contexto, parece-me incrível a política de contratações dos clubes portugueses, com claro destaque para Benfica e Sporting, por duas razões. Em primeiro lugar porque para estes clubes parece só haver dois mercados: o sul-americano e o da Europa de Leste, onde os jogadores são mais caros, desconhecem a realidade portuguesa e, especialmente no caso dos sul-americanos, demoram bastante tempo a adaptar-se; em segundo porque tanto quanto sei nenhum destes clubes decidiu criar um centro de formação avançada em Angola ou mesmo em Moçambique. O custo de tal centro seria claramente razoável, enquanto que as mais-valias do mesmo poderiam ser infindáveis.
Mas isso aconteceria se o futebol português tivesse uma estrutura profissional. Como o caso Meyong demostra, a diferença de organização e profissionalismo entre os clubes da Superliga e das divisões amadoras ainda é demasiado curta. Daí que não seja de espantar que casos como o de Manucho comecem a ser a regra em vez da excepção.

Comments:
Dica para quem gosta de futebol e música sobre futebol : http://www.myspace.com/pedrolimafutebolmusical
 
- O que acontece a um jogador depois de marcar um golo, se despir a camisola e arrancar a bandeirola de canto?

Toda a actualidade sobre futebol, comentada por 2 benfiquistas, 2 sportinguistas e 2 portistas num blog só:

http://amesaredonda.blogspot.com/

Também a actualidade futebolística é discutida no Águia de Ouro:

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