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quinta-feira, novembro 22, 2007

Apertadinho 

Tal como Cristian Ronaldo previra, não foi fácil o apuramento para o Euro'08. Num grupo teoricamente acessível, Portugal jogou mal, com pouca determinação e deixou para o último minuto a festa do apuramento. Contudo, olhando para trás, quantas vezes não esteve Portugal em grupos acessíveis, falhando inevitavelmente o apuramento? Treze anos atrás festejavamos uma vitória 'histórica' num apuramento 'histórico' sobre a Irlanda para o Euro' 96. Lembro-me de ver o Portugal-Dinamarca desse mesmo Europeu a tremer de nervoso, pois era a primeira vez (no Mundial de 1986 ainda não tinha a noção do que a competição representava) que via Portugal numa fase final de uma qualquer competição. Os cromos que tinha coleccionado em 1988, 1990, 1992 e 1994 nunca traziam Portugal. Tinha sempre de 'adoptar' uma outra equipa. Em 1988 era pela URSS (por causa de Dassaev), em 1990 pelos Camarões (quem não era?), em 1992 pela Alemanha e em 1994 pelo Brasil, apoio retomado em 1998. Lembro-me que no dia a seguir à vitória do Brasil em 1994 a Bola publicava um cartoon em que um adepto português dizia para um brasileiro "nós, como país irmão, também somos campeões". Era costume os jornais publicarem a 'equipa nacional' constituída por todos os jogadores estrangeiros presentes na competição a actuar em Portugal. Tirando eles, só a ocasional participação de árbitros portugueses dava alguma cor nacional a Europeus e Mundiais.
Treze anos depois tudo mudou. O facto de não nos termos apurado com maior facilidade foi mais críticado que a alegria do apuramento. O apito final de ontem foi significou sobretudo um alívio para todos aqueles directamente envolvidos no apuramento. Em 1995 aquele golo de Rui Costa contra os irlandeses e depois os outros de Hélder e Cadete foram vistos como um milagre. Noutros tempos, a Finlândia ontem tinha vencido no último minuto e lá ficariamos nós a culpar o nosso triste fado e, se possível, a falta aos 53 minutos que o árbitro não viu e que podia ter dado origem a um livre indirecto perigoso.
Portugal mudou, para melhor. Resta agora tentar fazer melhor que no último Europeu.

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