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quarta-feira, julho 05, 2006

Até quando? 

Pode ser uma injustiça para este grupo de jogadores, possivelmente incapazes de fazer mais, frente a uma França bastante forte, mas a verdade é que hoje não estava somente em causa fazer-se história, estava também o mudar da nossa história. Chegar à final seria algo de extraordinário para 31 das selecções deste Mundial (para o Brasil, bom, só a taça). Para Portugal seria, contudo, mais do que isso: seria o provar a nós próprios termos capacidade, não para sermos bons, mas para sermos os melhores. Seria ainda de uma vez por todas afastar o fantasma da França e depois o da Itália, os nossos maiores pesadelos no mundo do futebol. Basicamente seria romper com o passado, mudar a história. Apesar do espírito guerreiro, da transpiração, mais do que inspiração, perdemos novamente. Scolari, homem a quem só a vitória interesse, deve compreender isto melhor que ninguém - ele esteve nas nossas duas melhores oportunidades dos últimos 40 anos.
Nesse aspecto o jogo com a Alemanha será uma espécie de tortura para nós. Para os alemães, depois das mágoas passadas, o terceiro lugar até é um bom resultado para uma selecção de quem pouco se esperava e para um país que já ganhou o título suficientes vezes, para que não duvide das suas próprias capacidades. Para Portugal será pouco mais que comparações com 1966, mas sempre para pior. Em 1966 tivemos o melhor marcador e jogador da competição e o mundo ficou admirado não pelos resultados, mas pela forma como jogámos. Em 2006, quer queiramos quer não, deixámos uma imagem de gente aguerrida, com mais vontade do que engenho. A verdade é que continua por provar que somos capazes de vencer.
E no meio de tudo isto o duelo entre Zidane e Figo acaba da forma que a suas aparências físicas faziam antever: Zidane, altivo, imperial, homem de sorriso leve, como têm os grandes líderes. Figo, um pouco atarracado, sempre com um ar de esforço, como um guerreiro que apesar do brilhantismo, não tem um exército à altura.
Como dizem os nossos amigos brasileiros do Lance, caímos de pé, mas a verdade é que caímos novamente.

Comments:
Uma derrota é sempre uma derrota. Mas esta fica atravessada...que grand'a galo! sem dúvida que O zidane é ainda um jogador do outro mundo...e vai ser daqueles que se irá retirar a tempo...o mesmo não acontece com Figo...um jogador esforçado.
Esta derrota é dificil de digerir, não porque merecíamos ganhar, mas sim porque sabemos que repetir a proeza será muito difícil. Em selecções como a nossa repete-se de 40 em 40 anos... é por este aspecto que a minha frustação é ainda maior...
 
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