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domingo, junho 25, 2006

Queremos mais 

Há dois anos atrás Portugal parecia destinado a conseguir o inédito - vencer uma competição internacional de selecções. Não fosse o pesadelo grego e o sonho seria realidade. Dois anos volvidos, Portugal volta a sonhar. Agora já não se pode dizer que é a última hipótese para a 'geração de ouro' ganhar algo, porque em boa verdade desse núcleo somente Figo permanece. É contudo uma boa oportunidade.
Apesar do nosso historial pouco mais que mediano em termos de competições internacionais, há duas selecções europeias com que Portugal se dá bem: Holanda e Inglaterra. Não é por acaso. Tanto uma como outra apresentam geralmente equipas fortes ofensivamente, mas pouco agressivas quando se trata de defender e isso é um estilo que favorece uma equipa como Portugal, que gosta e precisa de espaço para jogar. Quis a sorte que Portugal defrontasse estas duas selecções no caminho para a final do Euro. Dita o calendário que o mesmo acontecerá pela ordem inversa neste Mundial, se Portugal derrotar a Holanda. Tem tudo para o fazer: tem uma equipa que joga junta há já mais de 2 anos (apesar das implicações que isso teve na justiça da convocatória), tem jogadores mais experientes e tem a história do seu lado.
Se conseguir voltar a vencer estas duas fortes, mas acessíveis selecções, Portugal defrontará o Brasil nas meias-finais. Aí mais do que a lógica, será o coração a falar. E se falar como há 3 anos atrás em Alvalade, falará português de Portugal. E depois na final? Espanha, Alemanha? Nos últimos quatro anos já derrotámos qualquer uma destas selecções. Não seria por isso inédito. É claro que já vou longe em termos de prognósticos. Uma falha de Meira ou um momento de inspiração de um jogador holandês pode, frente a uma selecção portuguesa com tendência para períodos de apatia, ditar o resultado e transformar tudo isto em pó. Cabe aos nossos jogadores evitar que isso aconteça, até porque é-lhes exigido mais do que cair aos pés da Holanda ainda a quatro jogos da final.
Temos de ter em mente que desde 2000, Portugal cresceu enquanto selecção. Não falhou uma única competição internacional, tendo obtido um segundo e um terceiro lugar nos Europeus de 2004 e 2000. No Mundial de 2002 a sua eliminação ao contrário do que seria habitual em anos anteriores, foi vista com espanto, praticamente ao nível da eliminação de França e Argentina. Desde então os portugueses ficaram mais exigentes e se é verdade que a 'equipa das quinas' merece uma atenção dos media como provavelmente nunca teve anteriormente, o grau de responsabilidade também aumentou. A música promocional da Galp representa bem o sentimento dos portugueses face à sua equipa:
"A fasquia está alta? Não faz mal, Portugal salta
com milhões a empurrar.
Até pode parecer louco, mas para nós segundo é pouco
E um louco não se deve contrariar.
Será demais pedir o mundo?
O que pedimos, no fundo, são ainda menos ais.
Porque todos se lembram do campeão
Mas não dos que são derrotados nas finais.
Ficar nos dois primeiros não tem mal nenhum,
É preciso é que fiquemos no número um."
Isto para dizer que esta é, na verdade, mais do que uma boa oportunidade, é a melhor oportunidade que Portugal terá para ser campeão do Mundo nos próximos anos. Será demais pedir o mundo?

Comments:
Bem, o primeiro obstáculo já está!
Concordo quando dizes que nos adequamos bem a uma Holanda ou Inglaterra pelo estilo de jogo que praticam, ao invés de uma Itália ou Alemanha. Mas, é preciso ver que a Inglaterra de Eriksson é diferente. Prima pela defesa, o sector mais forte da equipa (ao contrário do que conhecemos desde...sempre!).
Ferdinand, Terry, apoiados por Cole e Neville (ou Carragher). Com Lampard e Gerrard no meio campo, a criatividade de Joe Cole, a qualidade de passe e remate de Beckham e Rooney incansável na frente, temo pela nossa Selecção. Porque é um adversário europeu que aprendeu a defender e a segurar a vantagem.
Só temos mesmo é de sonhar e estarmos orgulhosos desta selecção.
Chegue onde chegar.
 
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