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quinta-feira, junho 22, 2006

Quatro anos depois 

Olhando em retrospectiva, principalmente quando já passámos a metade deste Mundial, creio que podemos chegar à conclusão que o Mundial de 2002 foi fraco, bastante fraco mesmo. A olho nu, três factores sobressaem para fundamentar esta frase: o cansaço dos principais jogadores das principais selecções, as péssimas arbitragens e a eliminação precoce (associado ao primeiro factor) de equipas como Portugal, França e Argentina.
Começando pelas arbitragens, houve, sem dúvida, momentos vergonhosos para a arbitragem mundial: Brasil-Turquia; Portugal-Coreia do Sul; Espanha-Coreia do Sul; Itália-Coreia do Sul; Estados Unidos-Alemanha só alguns dos exemplos que me vêm à cabeça. O caso do árbitro sul-americano que recebeu um jipe novo quando voltou a casa nunca foi esclarecido. Nunca tão forte foi a sensação de que a FIFA tem os seus candidatos que por razões comerciais quer fazer avançar o máximo possível na competição (já agora, alguém reparou que se passou a dizer sempre Mundial FIFA?).
Em várias selecções, vários jogadores deram a clara ideia de estarem sem forças ou pelo menos claramente diminuídos fisicamente. Como consequência mais ou menos directa, a qualidade geral dos espectáculos baixou, equipas fortes foram para casa mais cedo e outsiders como Senegal, Coreia do Sul e Estados Unidos deram a ideia de serem equipas fortes, fazendo prever mudanças no equilíbrio de poderes do futebol mundial.
Neste Mundial, o panorama mudou substancialmente. Surpresas são poucas, bons jogos e mesmo jogadores como Figo ou Beckham apresentam-se em boa forma física, dando importantes contributos às suas equipas. Afinal a revolução anunciada não se verificou e se a final Alemanha-Brasil foi um sinal disso mesmo, este Mundial está a ser a constatação dessa evidência. Esta prova deve ser disputada entre os melhores e não entre os que se apresentam com menos jogos nas pernas. Se equipas novas surgirem no panorama, como o Gana, melhor.
Contudo, isto tudo faz-me pensar numa questão óbvia: o que é que mudou para quatro anos depois os jogadores não se apresentarem tão cansados? Terá sido o facto de a Liga dos Campeões ter menos jogos? Terá sido o facto de o Campeonato se disputar na Europa, onde reside a esmagadora maioria dos jogadores em competição, evitando longas viagens, como em 2002? Quererá isso dizer que para o bem do futebol, os Mundiais deverão realizar-se somente em determinadas zonas do globo? Talvez seja boa altura para responder a estas questões.

Comments:
Não creio que tivéssemos sido eliminados pela arbitragem. Espanha e Itália podem queixar-se disso, nós creio que não.
Contudo, a visão que aqui apresentas é interessante. Será que as viagens cansaram tanto os atletas em 2002? Ou terá sido da sobrecarga de jogos da Champions? Não esquecer outro pormenor: os testes físicos efectuados antes deste Mundial deixaram de fora vários jogadores importantes: Seedorf e Zanetti são exemplos disso.
Mas é preciso notar que Zidane, Ronaldinho, Totti, Lampard e Riquelme ainda andam desaparecidos. Cansaço ou boas marcações adversárias?
Em 2010 teremos Mundial na África do Sul (se não estou em erro). Por essa altura, poderá dissipar-se algumas dúvidas que agora se levantam.
 
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