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segunda-feira, junho 26, 2006

Então, bate, bate coração 


Provavelmente foi pelo resultado, mas a verdade é que não posso deixar de olhar para o jogo de ontem com um certo fascínio. Os puritanos dirão que foi um jogo horrível, que nada teve a ver coom o beautiful game; os puritanos não percebem que o futebol vai muito para além da eventual beleza do jogo. O mundo não adora futebol por ser bonito ou atraente esteticamente. Obviamente tem momento de rara beleza, de uma beleza que diria natural. Tão natural como um passe mágico de Ronaldinho ou uma finta de Cristiano Ronaldo, a lembrar que o futebol de alta competição não é mais que um aperfeiçoamento do institivo futebol de rua. Mas a verdade é que as pessoas gostam do futebol porque é um desporto de sentimentos intensos. O desempenho de um jogador mede-se tanto pela sua qualidade como pela vontade e dedicação que coloca em campo. Por isso é frequente vermos equipas a ganhar e mesmo assim serem assobiadas pelos seus adeptos, quando estes não sentem determinação na equipa.
Quando vemos um jogo como o de ontem, com duas equipas totalmente apostadas em ganhar, a ausência de beleza é compensada pela emoção, pelo drama. As expulsões, Portugal em inferioridade numérica, a injustiça, a imagem de Ronaldo a sair em lágrimas, o desespero de Scolari com a atitude inexplicável de Costinha e a vitória final, comemorada com um berro de uma irracionalidade feliz, do muitas vezes criticado Ricardo, fizeram-nos sentir mais e com maior intensidade do que quando somente vemos golos bonitos em jogos atraentes.

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