<$BlogRSDURL$>

domingo, abril 16, 2006

Árbitros 

Falar de arbitragem é um dos temas preferidos no futebol português. Diria mesmo que no nosso futebol, mais importante que os jogadores, são os homens de negro. Sem eles, capas e capas de jornais ficariam sem manchete, centenas de dirigentes desportivos por esse país perderiam aquela adrenalina de apontarem as culpas da derrota da sua equipa cheia de brasileiros provenientes do Alagoas e outros clubes famosos do Brasil, à única pessoa que dentro do terreno de jogo, nem tem adeptos, nem é profissional.
O que é mais interessante é que apesar da importância dada, os temas que se discutem relativos à arbitragem passam normalmente ao lado das questões realmente importantes. Ontem em Vila do Conde e no Bessa, houve dois lances em que os árbitros foram de facto maus árbitros, em que não havia benefício da dúvida a dar; no Rio Ave-Académica, Milhazes teve uma entrada tão dura sobre o seu companheiro de profissão Filipe Teixeira que lhe fracturou o perónio - nem amarelo viu; no Bessa, Tiago teve uma entrada brutal às pernas de Simão Sabrosa, tendo visto somente o cartão amarelo.
A mais importante função de um árbitro dentro de campo deve ser o garantir a integridade física dos atletas e punir de forma exemplar aqueles que atentam contra essa mesma integridade. É que é aí que se situa o limiar entre desporto e violência, é aí que os gritos de guerra dos adeptos, os apelos à determinação dos seus jogadores por parte dos treinadores são contextualizados num desporto que se insere num quadro de normalidade social. Quando este tipo de lances não é punido, o futebol ultrapassa essas fronteiras e tudo passa a ser possível. Golos mal-anulados, foras de jogo por marcar e lançamentos de linha lateral assinalados ao contrário, passam a assumir o mesmo valor da vida humana.

Comments: Enviar um comentário

This page is powered by Blogger. Isn't yours?