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terça-feira, dezembro 20, 2005

Disparidades 

18 clubes de Superliga, 18 Capitais de Distrito em Portugal Continental (fora ilhas). Já sabemos que o país é assimétrico, regionalmente diferenciado e que o litoral prevalece sobre o interior e o norte sobre o sul.Mas, se metermos lado a lado o mapa de Portugal e o da Superliga por regiões dos clubes desse escalão deparamo-nos com uma disparidade enorme e deveras preocupante.Não há nenhum distrito do Interior português representado (na II Liga apenas temos o Chaves de Vila Real e o Covilhã de Castelo Branco, sendo que os flavienses sobrevivem com grandes dificuldades). Em 36 equipas, distritos como o de Bragança, Viseu, Guarda, Portalegre, Évora e Beja (um terço dos distritos) não se encontram representados e, pior que tudo, se formos analisar a situação das principais equipas destes distritos deparamo-nos com falências, abandonos e últimos lugares de 3ª divisão...Se olharmos para os anos 80, apenas vemos que, de clubes de capitais de distrito, só Académico Viseu, Farense e Chaves (contando que representa Vila Real) tinham expressão. O Juventude e Lusitano de Évora, o Estrela Portalegre e o Vianense (para citar alguns) já tinham saído do panorama nacional e passado a um plano mais regional.Não seria normal as câmaras apoiarem os clubes da sua zona? Não há um valor pré-determinado que se encontra canalizado para o futebol daquela região? O que verdadeiramente se nota são apoios autárquicos e aí clubes como o Gondomar, Marco ou Felgueiras sempre sobreviveram com base nesses apoios. Aliás, é impossível não associar a este tipo de clubes os construtores civis dominantes de cada região. Se olharmos para os presidentes de Juntas de Freguesia e de clubes regionais, a grande maioria são pessoas ligadas ao sector da construção civil.A construção dos estádios do Euro-2004 também não ajudaram à descentralização. A derrota da candidatura de Viseu em benefício da de Aveiro na recta final das decisões veio arruinar por completo a ilusão de evolução no interior.Olhando para a Espanha vemos cada cidade representada por um clube e poucos são aqueles que, estando no 1º escalão, não sejam representativos de uma grande cidade (Villarreal parece-me ser a excepção, sendo que, por exemplo, o Getafe é de Madrid o que torna natural a sua estadia na 1ª, tal como a do Estrela da Amadora da Superliga por razões óbvias). Mas se olharmos com atenção, vemos a Galiza, a Andaluzia, a Catalunha, o País Basco e a Estremadura devidamente representados no escalão maior.Hoje, quando olhamos às falências de Tirsense, Farense e Salgueiros, à ruína de Setubal e Estoril concluímos que o mal não é geográfico...é de gestão: desportiva, municipal e autárquica.

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