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terça-feira, março 22, 2005

A magia do apito final: versão transalpina com cheiro a mofo 

Ganhar o campeonato. Coisa que há algumas jornadas parecia impossível, ou condicionada por profundas alterações no plantel e equipa técnica da Luz, parece agora possível, mais, provável. Devo confessar que nunca vi uma massa adepta tão renitente em reconhecer uma verdade positiva - assim o tem demonstrado as cadeiras vazias da Luz e as constantes assobiadelas à Velha Raposa. Creio mesmo que só ontem é que a 'família' benfiquista se convenceu verdadeiramente de tal probabilidade.
A equipa joga pouco (a maior parte do tempo não joga), vence sempre de forma muito sofrida, nada convincente. Ao pé do futebol vistoso do Sporting, o Benfica é uma equipa chata, defensiva, sempre em rendimento mínimo necessário. Tenho para mim que se o Benfica ganhar, será por ter sido a equipa menos irregular e não a mais convincente, por ter sido a menos má num campeonato bastante fraco. E no entanto, se daqui a 8 jornadas o Benfica for campeão tudo isso mudará: a equipa chata, passa a equipa tacticamente perfeccionista; de defensiva, passa a rigorosa ofensivamente; e Trap, o tão criticado, assobiado treinador do Benfica, sai em ombros - a Velha Raposa que no final tem sempre razão. Mas isto também faz parte da magia do futebol: transformar bestas em bestiais, transformar as verdades de ontem nas mentiras de hoje e acima de tudo, dar o título a quem mais pontos amealha ao longo de 34 jornadas. O Benfica, tal como Mourinho o faz a outra escala, tem jogado sempre para o apito final, deixando as goleadas e as exibições de encher o olho que mais não dão que 3 pontos, para os outros.
A oito jornadas do fim, com um calendário extremamente acessível, parece ser essa a principal (e única?) lição que Trapattoni deixará aos seus jovens colegas dos outros candidatos ao título.

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