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segunda-feira, novembro 22, 2004

A Miséria 

Algo de errado se passa no nosso futebol. Os principais intervenientes, os jogadores, não têm grande vontade de jogar: o Porto perdeu no tempo de compensações, depois de ter visto um dos seus jogadores expulso por uma infantil agressão; os jogadores do Sporting julgavam que o jogo acabava mesmo ao minuto 90 e não quando o árbitro apita; os do Benfica julgavam que era ao intervalo. Os jogos que envolvem os grandes são de fraca qualidade (não sei onde é que ontem a tão mal tratada bola da Luz proporcionou um excelente espectáculo) e os que envolvem os outros nem se fala.
Os treinadores continuam a não treinar: a qualidade de jogo do nosso futebol é baixa de mais para que os 'misters' estejam isentos de responsabilidades. Gostam de jogar com 5 trincos e contra-ataque, mesmo que estejam a jogar em casa com uma equipa do fim da tabela.
O público continua de costas voltadas: ontem, na Luz, nem 1/3 das bancadas estavam preenchidas, estranho atendendo a que se o Benfica ganhasse passava para primeiro. Mas não é só na Luz: tirando o Guimarães e os outros dois grandes, ninguém consegue chegar aos 10 mil por jogo, número aceitável na Segunda Divisão B em Inglaterra.
Os dirigentes continuam a não dirigir: a Liga marca jogos para uma Segunda-feira quando a selecção joga na Quarta e ainda acham que têm razão no diferendo com Scolari; os três grandes têm passivos gigantescos, o que é estranho para o mercado potencial que possuem; e até já há presidentes que se barricam nas sedes dos clubes, de tão agarrados ao poder que estão.
Assim sendo, tenho uma enorme dúvida: se nem jogadores, nem treinadores, nem público, nem dirigentes estão interessados em futebol, para que é que temos um campeonato nacional?

Comments:
É realmente estranho entrar no Estádio da Luz e estarem presentes cerca de 27 000 espectadores, quando o Benfica poderia chegar novamente ao 1º lugar. Para isto contribui o que contribui para os outros clubes: o "futebol de café" continua a valer muito mais ao português do que o "futebol de bancada". É muito melhor saber se o árbitro está a roubar a nossa equipa do que sentir o cheiro da relva e gritar pelo apoio à nossa equipa. Depois, a recessão económica também tem muito peso. Temos também a hora dos jogos: começar um jogo às 20:30 de Domingo significa chegar a casa, muitas das vezes, às 23:30! Segunda é dia de trabalho! Mas, a realidade é que, quem suporta o futebol não são os adeptos, é a publicidade, por isso o rumo que o futebol segue é o rumo "empresarial".
 
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