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terça-feira, novembro 23, 2004

Clássico Espanhol 

Era um dos jogos mais esperados deste final de ano: Barcelona e Real mediam forças depois de um deslize dos catalães que deixou os madridistas a apenas 4 pontos. A tradição jogava a favor do Barcelona mas o Real tinha vencido (com Carlos Queiróz) na última época no Nou Camp. A subida de forma dos madridistas prometia um duelo aceso. Na realidade, o que assistimos foi a um jogo mágico do Barcelona. Ronaldinho e Deco abriram o livro e não deram chances a Guti (o que é que ele podia fazer como médio defensivo?), Beckham e depois Zidane. O Barcelona apresenta o futebol mais fantasista da Europa. Conciliar, com sucesso, o talento de Ronaldinho, Xavi e Deco para apoiar a velocidade de Giuly e a explosão de Eto'o e Larsson é digno de destaque. Não são raras as vezes em que o Barcelona canaliza o jogo pelo meio até chegar à grande área, conseguindo então libertar jogo para a ala onde surge um cruzamento (do lateral) para 4(!) homens dentro da área (3 avançados e 1 médio centro - regra geral). Foi parecido o segundo golo apontado por Bronckhorst e é assim muitas vezes nas outras partidas. Quanto ao Real, foi muito mal dirigido por Garcia Remón. Formar um meio campo daquela forma só indicia que o Real continua a ser gerido pelos jogadores e não por dirigentes e treinadores. Jogaram os 11 mais "famosos" com uma táctica de solteiros e casados. Incompreensível lançar Solari a 8 minutos do fim quando Belletti teve o corredor inteiro para desiquilibrar consecutivamente o jogo (Zidane e Beckham raramente o acompanharam). Guti, que deveria ter sido expulso no lance do penalty, foi uma nulidade, incapaz de suster o ímpeto ofensivo dos catalães. Justificava-se Celades e Solari ao intervalo (entraram tarde de mais) para reequilibrar aquele meio campo. Beckham, Roberto Carlos, Raúl e Ronaldo foram sombras de si mesmos, Figo um lutador egoísta (tanta raiva acumulada só podia dar em falta de discernimento) e Zidane o único com lucidez numa equipa desunida. O Barcelona possui 7 pontos de vantagem e é o principal candidato ao título depois de demonstrar uma superioridade imensa (dentro de campo) sobre o 2º classificado. Rijkaard consegue provar que um 4*3*3 é muito mais do que isso mesmo. A dinâmica incutida a cada jogador é que desiquilibra o futebol de hoje em dia. Impressionante ver um 4*3*3 onde os extremos são os...laterais!

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