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quinta-feira, setembro 16, 2004

Mais do mesmo 

Há uns meses atrás, numa entrevista à RTP, Mourinho, quando questionado sobre a possibilidade de treinar um clube como o Real Madrid, rejeitou-a. Segundo ele, tinha estrelas "a mais", pelo que nunca se adaptaria ao clube. A verdade é que mesmo num clube como o Chelsea, Mourinho não contratou vedetas do mundo da bola, mas sim jogadores de confiança, como Paulo Ferreira, Ricardo Carvalho, Tiago e Drogba. Pelo contrário, a Madrid chegaram Owen, Walter Samuel e Woodgate. Não tão mal como na época anterior, o Real continuou a comprar para o marketing e não para o sucesso. Desse ponto de vista, num plantel com Ronaldo, Raúl e Morientes, a contratação de Owen ainda consegue ser mais aberrante, que a de Beckham no ano passado. Mais uma vez, o treinador ficou ao lado da escolha dos jogadores e no fim de contas, o resultado, pelo menos para já, é o mesmo: humilhação e derrota, tal como ontem, em Leverskusen. Tanto faz ser Camacho como Queirós. Porque como Mourinho apontou de forma perspicaz, o problema nunca esteve no treinador.
Carlos Lisboa, o grande basquetebolista português, nunca gostou de defender. Segundo a sua lógica, "se o adversário marca 100, nós marcamos 101". Provavelmente é essa a mesma lógica que passa pela cabeça de Florentino Perez. Só que o futebol nem é basquete, nem mesmo este se adequa à lógica de Lisboa, que mais ou menos contrariado, sempre teve de defender pelas equipas por onde passava. Embora não seja necessário, nem desejável uma equipa constituída por autómatos, 11 bailarinas também não formam um campeão. Em qualquer grande equipa da História do futebol sempre houve um misto de criadores de ilusões com jogadores-trabalhadores, os chamados carregadores de piano. E o Real não os tem.

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