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quinta-feira, agosto 12, 2004

A caixa de Pandora 

O despedimento de Del Neri, um treinador que foi escolha pessoal de Pinto da Costa, a nu veio pôr o desnorte da SAD portista, e a falta de mão sobre o balneário do Dragão. Mourinho deixa o FCP coberto de títulos e glória, mas a sua saída deixa aberta a caixa de Pandora. Como ainda há uns dias fez referência numa entrevista ao jornal Record, o agora treinador do Chelsea defende que não é do seu interesse criar boas relações entre todos os elementos dos planteis que treina. A máquina de futebol Mourinho precisa, para sobreviver, de tensão, faro pelo sangue, sede de vitória. O grupo funciona como uma predadora matilha nocturna, rejeitando aqueles que ficam para trás, confiando cegamente no líder que lhes promete – e entrega- as apetecidas presas, metáfora para títulos, dinheiro, reconhecimento. Sem o guru das Antas, a máquina predadora azul e branca perde a sua referência. Sem a mesma, entrará inexoravelmente num longo e possivelmente penoso processo de auto-fagia. Quem terá mão em jogadores como Vítor Baía, Jorge Costa, Maniche, Carlos Alberto, Derlei, semi-deuses invencíveis sob o comando de Mourinho? Del Neri foi traído pela sua ingenuidade. Treinador de fortíssimo carácter, tal como Mourinho, acreditou que poderia herdar o posto de JM com a respectiva batuta. Mas a legião portista só responde a Mourinho. Sem ele, transformam-se em mercenários da bola. Se Octávio ainda conseguiu desterrar Jorge Costa para Inglaterra, executado foi Del Neri por “ousar” contemplar a dispensa de Maciel. Pinto da Costa voltou mais uma vez a demonstrar no fraco líder em que se metamorfoseou.
Victor Fernandez, um bom treinador, superior a meu ver a Camacho, vai ter muitos problemas para domesticar the beast that has been unleashed. No Celta de Vigo, foi “despedido” por Mostovoi&Ca...

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