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segunda-feira, julho 05, 2004

O dia em que o futebol ficou mais pobre 



Este post não é sobre a nossa derrota. Tivesse estado a França, a Espanha ou a Inglaterra e o texto não sofreria alterações. Porque o que se passou ontem não teve nada a ver com Portugal, teve a ver com o futuro do jogo.
Se o exemplo grego é para ser seguido por outros, então não demorará muito até que o futebol se transforme numa modalidade sem interesse. Qual a piada de ir ver um jogo que à partida não terá mais que um golo e de bola parada? Qual o gozo de ir a um estádio quando se sabe que não veremos nenhuma finta espectacular, nenhum passe mágico, nenhuma jogada colectiva 'de belo efeito'?
De nada interessa que os gregos tenham ganho de forma limpa, sem qualquer recurso a métodos alternativos (arbitragens, jogo sujo e afins). De nada serve que nos tenham derrotados duas vezes, empatado com a Espanha e eliminado França e Rep. Checa. A verdade é que a ninguém interessa que sejam campeões da Europa porque eles não jogaram futebol.
O maior mérito que os helénicos tiveram, foi o de terem conseguido ganhar sem saberem jogar a modalidade em causa. Conseguiram algo semelhante a uma vitória de uma equipa de hóquei em patins, constituída por jogadores que não sabem patinar. Como é que isso é possível? Não sei, mas creio que Rehhagel deve saber.
Na verdade, é dele e só dele este campeonato. Não é dos jogadores (podiam ser outros onze), não é da Grécia (que mal sabia que tinha uma equipa no Europeu de futebol) e muito menos do futebol.
Tal como dizia a Marca, após a horrível final da Liga dos Campeões em 2003, entre Milão e Juventus (um hino ao futebol, comparado com a forma de jogar da Grécia): "Devolvam-nos a taça!"

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