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sexta-feira, julho 02, 2004

A maior de todas as surpresas 



Não dá gozo escrever sobre a Grécia. É uma equipa chata, defensiva, mecanizada, sem nenhum jogador de classe superior, em que a melhor unidade é mesmo o treinador, a quem se tem de dar o mérito maior deste feito histórico.
Rehhagel conseguiu criar uma equipa, em torno de um conjunto de jogadores que nunca tinham ganho qualquer jogo numa fase final de um Europeu. Levá-los à final é tão ou mais impressionante que a conquista da Liga dos Campeões por parte de Mourinho. É que o Porto ainda têm alguns jogadores de grande nível, a Grécia não.
A felicidade dos gregos, é contudo a infelicidade do resto do mundo do futebol, que corre o risco de ver como campeã da Europa (ou pelo menos vice) uma equipa que, em termos de qualidade de jogo, isto é, capacidade de praticar um futebol atraente e vencedor, estará entre as piores que pisaram os nossos relvados neste Europeu. A Grécia é o expoente máximo do tipo de futebol que ontem critiquei - comandado fora das quatro linhas, jogado com base no físico e na atitude defensiva. Não há espaço para jogar futebol nesta selecção, não há nenhum nome a decorar, nenhuma estrela em ascenção. Nada. Em termos de atractivo futebolístico, os gregos são um grande espaço branco, como a cor das suas camisolas.
Uns posts atrás, falava no acaso e constatava que tudo se decidia em pequenos momentos de um jogo. A chegada dos gregos à final, aparenta ser isso mesmo, um acaso. A vitória contra Portugal foi estranha, o empate contra a Espanha tirado a ferros e a derrota contra a Rússia, natural. Na verdade, se as equipas do grupo A jogassem entre si 3 ou 4 vezes, a Grécia acabaria em último lugar. A vitória frente à França foi simples, pois os franceses não estavam interessados em permanecer em Portugal, recusando-se a lutar pela vitória. Ontem, depois de um jogo pobre, em mais um lance furtuito, a Grécia decidiu o jogo.
Em 1950, o Brasil perdeu contra uma equipa de nível mundial, com pergaminhos no futebol internacional. No Domingo, se perdermos, nem isso teremos para nos aliviar a dor.

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