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quinta-feira, julho 01, 2004

Calma, que a Taça é nossa 



Estamos na final. Com un equipo firme, sin un gran brillo, pero con una capacidad competitiva indudable (Marca), eliminámos uma Holanda que dá dó. Nunca tinha visto uma Laranja Mecânica tão friamente mecanizada, vulgar equipa do Norte da Europa, sem brilho, sem nada a não ser quatro bons jogadores que, por azar, jogam todos na mesma posição - Makaay, Van Hooijdonk, van Nistelrooy e Kluivert. De Holanda, só se viu mesmo o laranja.
Agora é preciso não entrar em euforias. Os finalistas não fazem parte das listas de honra da história, pelo que os festejos de ontem, se não complementados no Domingo, serão vistos como algo de engraçado, de invulgar, como uma necessidade colectiva de festejar qualquer coisa num país onde nada mais dá razões para celebrar.
Ainda mais duro que não chegar à final, será lá chegar e perder. Que o digam os brasileiros, que sem ser oficialmente a final, perderam para o Uruguai, no último jogo, o Campeonato do Mundo, num Maracanã a rebentar pelas costuras, já lá vão 54 anos. Citado no excelente artigo de Afonso de Melo na revista Dez, sobre Barbosa o 'goleiro' desse Brasil, Luís Fernando Veríssimo diz "Por mais Campeonatos do Mundo que o Brasil ganhe nunca vencerá aquela final de 1950..."
Alex Bellos na sua genial obra sobre o futebol brasileiro, dedicou todo um capítulo só a este jogo, relatando um episódio em que Gigghia (o marcador do golo da vitória uruguaia), herói esquecido no seu país, com uma vida difícl em termos financeiros, chegou ao Brasil, dezenas de anos depois desse fatídico jogo e logo no aeroporto foi reconhecido por uma jovem brasileira, que ainda nem era viva em 1950, como o homem que tinha feito o Brasil chorar - na sua pátria, poucos seriam capazes de o reconhecer...
Para o Brasil do futebol, este é um trauma que nem Pelé conseguiu fazer apagar. Cinco 'Copas' não chegam para a vergonha de 1950. É que o Brasil não só não ganhou, como perdeu - quem joga em casa não só não ganha, como perde. Não existe o meio termo do mérito de ter atingido a final. E o que foi real para o Brasil, pode também ser para Portugal, com a agravante de não sabermos se teremos oportunidade de suavizar esta dor com algum outro triunfo internacional nos próximos anos. Portanto, vamos com calma.


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