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domingo, julho 18, 2004

3 novos Misters 

 
 
   Ter na mesma época três novos treinadores nos três grandes é algo que não acontece todas as temporadas. Verdade seja dita, Del Neri, Trappatoni e Peseiro prometem tanto ou mais que os “defuntos” Mourinho, Camacho e Santos. No FCP, a saída de Mourinho é um bálsamo para todos aqueles que apreciam futebol e sabem o que é fair-play. Sou sportinguista, mas facilmente diria o mesmo se o José tivesse levado o clube de Alvalade a metade da glória desportiva com que cobriu o dragão. Mourinho é, e sabe-o bem, malcriado, egoísta, e padece de uma falta de fair-play inigualável no mundo do futebol. É um brilhante treinador mas uma personalidade intratável. Não lhe desejo sucesso no Chelsea. Já Del Neri, o novo Gigi das Antas, é um desconhecido quase total. Imposto por Pinto da Costa – a última vez que decidiu impingir um treinador à SAD portista, saiu-lhes na rifa...Octávio Machado – o antigo treinador do Chievo Verona tem no currículo...hmm...o Chievo Verona. Uma espécie de Nacional transalpino, levou o clube veronês da serie C á Taça UEFA, na esteira de um Peseiro/Mior. Del Neri estará no entanto mais perto do arquétipo representado por Jaime Pacheco do que por Peseiro. Disciplinador, joga tanto para o resultado como o careca do Bessa, apesar dos epítetos de treinador de ataque e jogo-espéctáculo com que foi coberto por grande parte da nossa imprensa. Gigi nunca treinou um grande, perguntar-se-á então, terá estofo para o Porto? A ver vamos. Mas ter o prazer de não ver Mourinho sentado no banco do Dragão será suficiente para exultar.
Da Luz saiu o grande Camacho e entrou o enorme Trappatoni. A escolha não poderia ter sido melhor. Il Trap não é inferior ao Zé Tó, muito pelo contrário. O treinador espanhol, nos antípodas de Mourinho como homem mas também como táctico, teve medíocres passagens por clubes como o Rayo Vallecano, Espanhol e Sevilha, tudo culminado com uma sofrível prestação ao serviço da selecção espanhola. Camacho nunca pôs o SLB a jogar um futebol deslumbrante, longe disso, mas soube ganhar a confiança dos jogadores e recuperar a mística no balneário. Sai pela porta grande, com alguma sorte à mistura. E o que ganha o Benfica com Trapattoni? Muito. Conquista um treinador por demais carismático, com um currículo invejável, que sabe, fala e respira futebol. Um homem que esteve ligado aos melhores momentos do Internazionale e da Vecchia Signora, que ganhou o respeito de florentinos e bávaros, e que, a meu ver, pode ainda dar muito ao futebol europeu. Falhou com a squadra azzurra, mas esta sempre foi um osso duro de roer. Com Trap o Benfica poderia até chegar longe...não fosse a dupla Vieira-Veiga.
Do covil do leão saiu Fernando Santos. Treinador simpático, razoavelmente competente, entusiasmante como meia-dose de Xanax, ficou mais conhecido por andar de terço metido no bolso do que por originais conceitos tácticos e afins. Entra para o seu lugar José Peseiro, ex-Oriental e Nacional, ex-adjunto de Carlos Queirós num conceituado clube madrileno...é bom que se diga, ter no currículo uma passagem como adjunto de Queirós não abona muito em seu favor. Será Peseiro um Vingada sem pilosidades faciais? O Sporting um qualquer Zamalek ou Al-Ahly? Reconheço o meu cepticismo, aliás, em Alvalade já há muito que não se sabe escolher um verdadeiro treinador. Peseiro ensaia um discurso à Mourinho. Peseiro pede reforços no Brasil, de dispensados do São Paulo a suplentes do Mogi Mirim. Para Peseiro, o Sporting é...Peseiro. Ou muito me engano, ou ainda vamos ver o José a treinar o Aris Salónica. Mas por que raio é que ninguém ainda se lembrou de ir buscar o Balakov para treinador?! Sportinguistas, pensem nisso...
  

Comments:
Não posso concordar com duas coisas: Del Neri jogar para o resultado (inovou tacticamente no calcio) e Camacho ter tido uma prestação sofrível na selecção espanhola (roubado escandalosamente no mundial2002).
 
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