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segunda-feira, abril 26, 2004

Tiros no escuro 

Quem não se lembra de Nica Panduru, membro daquela equipa que do Steua de Bucareste de 1995, cujos jogadores tentaram roubar vários produtos de um supermercado lisboeta? Numa equipa normal, destacava-se pela qualidade do seu futebol um jovem, algo franzino (coisa que rapidamente se alterou em Lisboa), que fez a cabeça em água aos defesas do Benfica. Na época seguinte estava no Benfica.
Também Sabry, estrela de uma medíocre equipa do PAOK de Salónica, se salientou contra o Benfica, na Taça UEFA, passado algumas épocas. Alguns meses mais tarde chegava à Luz, rotulado com um dos melhores jogadores africanos. Em ambos os casos o resultado foi um tremendo fracasso: Panduru sempre aliou algumas exibições mais bem conseguidas com uma geral falta de empenho. A Sabry o empenho nunca faltou, até porque os jogos do Benfica passavam na TV egípcia e o craque queria fazer boa figura. Contudo as suas fintas nunca convenceram os defesas contrários e com a excepção das vitórias contra o Sporting e contra o Porto, pouco mais deu aos adeptos benfiquistas que alguns momentos de diversão circense.
Agora parece ser a vez de Karadas. Depois de duas exibições convicentes contra o Benfica nos oitavos-de-final da Taça UEFA, está na lista de compras de Luís Filipe Vieira (ou será José Veiga?). Mais uma vez parece estarmos perante um bom reforço para o clube encarnado.
A questão está que todos estes jogadores foram (ou estão para ser) contratados por terem surgido no caminho do Benfica. O facto de fazerem dois bons jogos não significa que sejam jogadores dignos de vestir de águia ao peito.
A ideia que dá é que o Benfica não tem uma política de contratação definida, nem um acompanhamento contínuo das promessas que vão despontado por esse futebol internacional (nem nacional). É visível, pelo número de visitas aos nossos estádios, que os clubes dos principais campeonatos europeus fazem um detalhado acompanhamento dos jogadores que pretendem contratar. Até o Benfica o começar a fazer, terá sempre uma clara desvantagem no mercado internacional, privilegiando os tiros no escuro.

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