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terça-feira, abril 20, 2004

A Taça 

Na edição de Março da revista World Soccer, Brian Glanville lamentava-se da falta de consideração do Bolton pela FA Cup, ao fazer alinhar, numa eliminatória, 9 jogadores das reservas, quando esta equipa até tem um longo historial na competição. É claro que isto não é nada comparado com a decisão do Man Utd, patrocinada pelo governo de Londres, de não participar na histórica competição, para se poder deslocar ao Brasil com o objectivo de disputar o Campeonato do Mundo de Clubes, invenção do Sr. Blatter que se viria a revelar um tremendo fracasso.
Na verdade, ambos os casos fazem parte de um padrão que se começa a definir no futebol europeu - o da secundarização da taça. O fim da Taça das Taças e a crescente concentração mediática e financeira da Liga dos Campeões têm feito com que os clubes apostem tudo no campeonato e nas competições europeias. Hoje em dia é mais importante para um clube de topo ficar no quarto lugar - desde que este dê acesso à liga milionária - do que vencer a Taça do seu país. A verdade é que tal fenómeno vai contra tudo o que futebol representa e contra as bases na qual este se alicercou para se tornar num desporto global. A emoção de uma vitória em Wembley ou no Jamor, depois de uma competição onde estiveram envolvidas todas as equipas do país, é agora menos importante que ficar em segundo lugar, tendo assim acesso à pré-eliminatória de uma competição onde o principal objectivo é ganhar dinheiro. Vamos ver até onde isto nos leva...

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