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sexta-feira, abril 23, 2004

Árbitros 

Como em outros desportos, o futebol é um desporto cuja aplicabilidade das regras é, obrigatoriamente, flexível. Porque se trata de um fenómeno humano, onde tanto árbitros como jogadores erram dentro de campo. É frequente ver - sobretudo em Inglaterra - o árbitro a obrigar dois jogadores a cumprimentarem-se após uma disputa mais acessa, quando uma leitura cega das regras do jogo ditaria a expulsão de ambos.
Isto não significa que os árbitros devam ser permissivos. Também em terras de Sua Majestade, onde o futebol até é mais durinho que no nosso burgo, uma entrada mais violenta que ponha em risco a integridade física de um atleta, pode ser correspondida por um vermelho directo, onde em Portugal (não exclusivamente) o amarelo seria uma justa penalização.
Tudo isto a propósito da expulsão de Jorge Andrade. Scolari disse que o jogador tinha sido bem expulso, porque o árbitro está lá para arbitrar e não é obrigado a conhecer as amizades dos jogadores. É verdade que está lá para arbitrar, mas se tivesse um pouco mais de pedagogia, ouviria o que os jogadores lhe estavam a dizer. Além de que o próprio gesto do atleta do Corunha, pela forma suave como tocou em Deco, é indicativo da inexistência de qualquer intenção de agressão. Neste caso, como na restante esmagadora maioria, a falta de flexibilidade e pedagogia são, sobretudo, demonstrativos de um autoritarismo defensivo por parte de alguém que sabe que é incompentente no cumprimento das suas funções.

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